Mais de 12 mil imóveis em risco: o que fazer para evitar novas tragédias?

Após desabamentos no Centro do Rio, Carlo Caiado fala de projeto de Lei que permite à prefeitura intervir em imóveis abandonados, com foco na preservação e segurança urbana

PUBLICIDADE
Advertisement
Receba notícias no WhatsApp e e-mail
Foto: David Alves

A queda de dois sobrados em ruínas, em menos de duas semanas, no Centro do Rio — a última delas com a lamentável morte de uma pessoa —, chama atenção mais uma vez para um grave e já antigo problema da cidade: o estado de abandono de centenas de casarões históricos e tombados, principalmente nessa região, e o risco que eles representam. 

A partir das próximas semanas, discutiremos um Projeto de Lei Complementar, proposto por mim e pelos vereadores Pedro Duarte e Talita Galhardo, e já protocolado por nós, para permitir que a prefeitura possa entrar para intervir em terrenos em estado de abandono, como já acontece em propriedades com foco de dengue. O tema será discutido em Audiência Pública conduzida pela nossa Comissão de Assuntos Urbanos, dia 24 de abril, que contará com a participação do Executivo.

Na última legislatura, nós já vínhamos tratando esse assunto como prioritário. Trabalhamos incansavelmente em parceria com o Poder Executivo, ouvimos a população carioca em Audiências Públicas realizadas na Câmara, discutimos e conseguimos aprovar leis importantes, como a que permitiu a reconversão de uso dos imóveis tombados, além das duas etapas do Reviver Centro, que foram muito importantes. 

A Lei Complementar 232/2021, aprovada por nós após extensa discussão e com mais de 100 emendas conjuntas dos vereadores, é um passo muito relevante para avançarmos no futuro, preservando nosso passado. A reconversão, com ajuda de técnicas como o retrofit, tendência no mundo inteiro, principalmente na Europa, permite que construções como essas, em ruínas, sejam reformadas, redivididas em unidades menores ou usadas como espaços comerciais. Ou seja, além de preservar o valor histórico, uma vez que a fachada deve ser mantida, passam também a ter muito mais valor comercial. É uma política pública para que o nosso patrimônio não se torne um elefante branco, e para que ele possa ser usufruído pelos cariocas.

Nós temos mais de 12 mil imóveis hoje que ficam em áreas privilegiadas da cidade do Rio, têm um enorme potencial para gerar renda, emprego e movimento nos bairros. Cerca de 160 estão sob risco mais sério de desabamento na região central, de acordo com levantamento da Subprefeitura do Centro.

Outro projeto de grande importância é o Reviver Centro, já discutido e aprovado em duas etapas — e muito em breve esperamos ter uma terceira. Muito acertadamente, a Câmara determinou que o projeto precisa ser revisto a cada dois anos, devido ao dinamismo da nossa cidade: precisamos acompanhar de perto como cada política é recebida e os resultados alcançados, para aprimorarmos cada vez mais.  Os frutos do Reviver Centro já são visíveis, tanto que os hotéis do Centro tiveram quase 100% de ocupação no Carnaval deste ano. Mas ainda temos muito a fazer. Agora, atentos aos últimos acontecimentos e chocados com a trágica morte de um cidadão de 38 anos, nos debruçamos mais uma vez sobre o tema, e com a urgência necessária, para que nenhuma vida a mais seja perdida por negligência dos donos desses

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp e e-mail
diario do rio whatsapp Mais de 12 mil imóveis em risco: o que fazer para evitar novas tragédias?ddr newsletter Mais de 12 mil imóveis em risco: o que fazer para evitar novas tragédias?

1 COMENTÁRIO

  1. Tem muito imóvel que nada a tem de valor histórico senão o fato de ser construção de outros tempos, como se isto bastasse.
    Na Inglaterra derrubaram Wembley para construção de um novo.
    Aqui resolveram gastar na reforma do Maracanã três vezes o valor da construção de um novo mesmo sabendo que a reforma custaria mais…

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui