Mal conservado, Palácio Universitário da Urca registra alagamentos em seu interior

No dia 12 de março, era impossível transitar pelos corredores da edificação sem guarda-chuva. Imóvel foi tombado pelo Iphan em 1972

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Chuva torrencial registrada dentro da prédio no último dia 12 de março / Brigada do Patrimônio e Claudio Prado De Mello

Após ser foco de incêndio, o Palácio Universitário da Urca agora sofre com inundações.

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Imagens divulgadas pela página BRIGADA DO PATRIMONIO e compartilhadas pelo pelo professor de História e arqueólogo Claudio Prado De Mello mostram o interior do prédio com alagamentos.

No dia 12 de março, segundo o vídeo publicado, era impossível transitar pelos corredores da edificação sem guarda-chuva, pois simplesmente caía uma chuva torrencial no interior das dependências.   

Segundo Claudio Prado, as chuvas teriam afetado a estrutura do Palácio, gerando problema nas calhas do telhado. Como resultado, corredores e salas de aula inundadas.

A má conservação é resultado dos baixos recursos destinados à instituição, o que afeta a manutenção da estrutura e ocasiona a deterioração do patrimônio histórico do Rio de Janeiro.

Ainda segundo o arqueólogo, na última semana, representantes Diretório Central dos Estudantes (DCE) estiveram em Brasília para pressionar o governo sobre a urgência de investimentos na preservação do espaço.

Com a volta às aulas e o início do outono, a previsão de chuvas deixa alunos, funcionários e professores apreensivos sobre o que possa acontecer, sem contar na possibilidade da suspensão das aulas.

A postagem gerou a indignação de vários usuários do Facebook:

“Meus Deus! É inacreditável a destruição do patrimônio artístico e histórico do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Tive o prazer de ver a capela que existiu no interior dessa construção. Está totalmente destruída por um incêndio, que eu tomo a liberdade de dizer: “Criminoso”, diante de tanta omissão dos órgãos responsáveis”, disse um internauta assombrado com as imagens.

Santo Deus! Estado de calamidade!”, disse outro usuário da rede, acompanhado por outra internauta: “Uma Vergonha, a FALTA de MANUTENÇÃO!!”

O comentário mais marcante foi de um jornalista e fotografo, que registrou a destruição de outro monumento representativo da cidade do Rio de Janeiro: a Capela de São Pedro de Alcântara.

“Dia 28 de março de 2011 ficou marcado na minha memória, com muita tristeza. Eu trabalhava como repórter fotográfico no jornal Folha Dirigida. Estava no aterro, no carro da Folha, seguindo para um evento de educação, em Copacabana, quando vimos muita fumaça vindo da Urca. (Foi a primeira equipe de jornal a chegar no local). Essa foi matéria publicada na FD. Eu tinha uma história com a Capela de São Pedro de Alcântara. Antes de me tornar jornalista, trabalhei em fotografia social. Naquela linda capela, registrei belos matrimônios, muitos dos quais, de ex-alunos da UFRJ. Nas manhãs de sábado, no auditório do primeiro piso, logo abaixo da capela, havia reuniões de discussão de temas acadêmicos. No dia do incêndio, quando cheguei, os bombeiros já estavam no local e registrei, com muita tristeza, a precariedade até mesmo de água no local. Os bombeiros tentando bombear a água de uma piscina desativada, enquanto parte da mobília (cadeiras, mesas, portas e armários sendo atirados porta a fora, enquanto as chamas devoravam o local”, contou a destruição lastimável pela qual passou a capela.  

Crédito: Fonte da Imagem

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1972, após intervenções, o prédio foi doado para a Universidade do Brasil, atual UFRJ.

O Palácio Universitário da Urca foi construído para abrigar o Hospício Pedro II e foi inaugurado pelo Imperador em 5 de dezembro de 1852, representando um marco da construção civil do primeiro reinado.

A unidade foi a primeira destinada ao tratamento de doenças mentais no Brasil. Em 1944, os enfermos foram transferidos para os hospitais Colônia Juliano Moreira e Gustavo Riedel.

No Hospício se formaram uma legião de médicos nos estudos de psiquiatria. A instalação ofereceu a primeira especialização na área na Faculdade de Medicina. Na unidade também tiveram início, os estudos sobre psicanálise no País. 

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