Maluzzita faz história: a primeira brasileira do Complexo da Maré a competir no World Skate Games eSports em Roma

A história da jovem Maria Luiza, mais conhecida como Maluzzita, é um verdadeiro exemplo de inspiração e superação. Por meio do esporte digital, conhecido como eSports, ela se tornou a primeira brasileira do Complexo da Maré a competir no World Skate Games, em Roma, na Itália.

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A história da jovem Maria Luiza, mais conhecida como Maluzzita, é um verdadeiro exemplo de inspiração e superação. Por meio do esporte digital, conhecido como eSports, ela se tornou a primeira brasileira do Complexo da Maré a competir no World Skate Games, em Roma, na Itália. Para além de uma vitória e uma conquista pessoal, esse feito simboliza muito sobre a representatividade das periferias brasileiras perante o mundo. Conheça, a seguir, mais detalhes sobre Maria Luiza, sobre a competição e sobre este universo de eSports.

O Complexo da Maré

Antes de mais nada, é importante entendermos de onde veio Maria Luiza e quais as características do Complexo da Maré. Localizado no Rio de Janeiro, a “Maré”, como é popularmente conhecida, é uma das maiores favelas do Brasil, sendo o lar de milhares de pessoas que convivem com uma força cultural muito forte, contrastada com os desafios de viver em uma realidade socioeconômica complexa. Jovens com Maluzzita, ao crescer em um ambiente com menos acesso como esse, precisam de uma dose extra de força e determinação para conquistar seus sonhos e, também, superar desafios.

A inserção no mundo dos eSports e o avanço rumo aos World Skate Games

O skate digital é um segmento um tanto quanto recente no universo de eSports. Esse universo, por si só, tem ganhado cada vez mais praticantes que encontram no esporte digital formas de se divertir e, é claro, de se profissionalizar. Seja por meio de jogos com foco na diversão, como os RPGs, simuladores online, ou em títulos como o Aviator Moçambique, o espaço de jogos digitais está em constante crescimento e evolução. 

Com apenas 19 anos, Maluzzita via em Rayssa Leal, famosa skatista brasileira, uma verdadeira inspiração. E, essa inspiração não foi simplesmente um sentimento. Maria Luiza colocou isso em prática e passou a explorar o mundo do Skate Digital, mesmo sem nunca ter utilizado um skate de verdade.  Com apenas 9 anos de idade, a jovem se encantou com o universo dos jogos e sempre que podia, frequentava lan houses para jogar – no Brasil, lan houses são espaços em que computadores e videogames ficam à disposição de clientes, mediante pagamentos de pequenas taxas. Estes espaços são bastante comuns em periferias ou em zonas com menor quantidade de dispositivos eletrônicos disponíveis.

Aos 14 anos, Maria Luiza passou por algumas situações familiares e acabou enfrentando o início de um processo depressivo, que foi superado graças aos videogames e ao seu empenho nos jogos. Foi nessa época que ela conheceu um projeto social e, a partir dele, passou a se profissionalizar nesse tema. Hoje, além de atleta de eSports, ela é produtora de conteúdo e embaixadora da DiversiGames, organização que tem o objetivo de promover o letramento digital e a cultura games para jovens em comunidades ou locais em situação de vulnerabilidade social.

Da Maré até Roma: um sonho de muitos, realizado por Maluzzita

Ao tornar-se uma referência no assunto, Maluzzita pôde superar barreiras geográficas e levar um pouco da Maré para o outro lado do oceano. Em setembro de 2024, ela participou do World Skate Games eSports, em Roma, na Itália. Esse evento, realizado anualmente, é um dos eventos mais prestigiados e aguardados do universo do skate – e, recentemente, com introdução das modalidades de eSports, a competição foi revolucionada, permitindo que atletas como Maluzzita pudessem também demonstrar seu talento e competir em escala mundial.

Conclusão

Maluzzita não só representou a favela da Maré e o Brasil, como também trouxe para casa o título de campeã mundial. Sua trajetória é um verdadeiro exemplo de superação e de como o talento pode surgir mesmo em meio as adversidades. Sua presença no campeonato representou tanto o seu legado, quanto o de muitos jovens das comunidades periféricas brasileiras. Essa participação em uma competição internacional reforça pontos importantes relacionados a inclusão e representatividades, servindo como referência para jovens e adolescentes de todo o país, sendo certamente capaz de inspirar pessoas além dos limites do Complexo da Maré. Assim como Maluzzita, certamente outros talentos ainda surgirão, Brasil adentro, colocando o país no mapa dos grandes eventos digitais – que devem se tornar cada vez mais frequentes e populares em todo o mundo.

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