A questão da racialização é um elemento fundamental dentro do atual processo de renovação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), muito presente nas considerações do museu sobre as programações e nas relações estabelecidas dentro e fora da instituição. No mês de novembro, por ocasião do Dia da Consciência Negra (20/11), a programação se estenderá até o dia 30, com a proposta de debater questões raciais em forma de projeções de cinema, mesas redondas, cursos e palestras.
No Dia da Consciência Negra (20/11), às 18h, será realizado o debate presencial “Expressão e Documentação da Cultura Negra Brasileira”, na área externa do museu, com participação do cineasta Jom Tob Azulay, do músico, percussionista e pesquisador Djalma Correa, da diretora artística do MAM, Keyna Eleison, e do diretor do Festival 1666, Rodrigo Sousa & Sousa. Após o debate, será exibida a versão digital restaurada em 4K do documentário “Os Doces Bárbaros“, às 19h.
Com capacidade para 50 pessoas, cada assento será higienizado e posicionado com o devido distanciamento. Será a primeira sessão presencial e ao ar livre da Cinemateca desde o início da pandemia. Os ingressos estarão disponíveis pelo site, com contribuição sugerida e opção de gratuidade.
“O debate recupera a participação do cinema e da arte na criação de registros mais sistemáticos e diretos das manifestações socioculturais afro-brasileiras. Os filmes do Jom Tob, as gravações de Djalma e a interpretação de Macalé no filme ‘Amuleto de Ogum’ deram maior visibilidade à presença negra na sociedade brasileira, dentro de uma perspectiva que valorizava tanto a expressão quanto a constituição de acervos em torno das vivências cotidianas, religiosas e artísticas”, afirma o gerente da Cinemateca, Hernani Heffner.
No dia seguinte (21/11), Gilberto Gil volta à tela da Cinemateca, novamente ao ar livre, com a exibição de “Corações a mil”, documentário de Jom Tob Azulay, que acompanha um tour de apresentações do músico e compositor. Primeiro filme brasileiro realizado com som Dolby Stereo, a produção tem a participação de Regina Casé, interpretando a personagem ficcional de tiete.
“A Cinemateca é um dos acervos do MAM Rio mais acessados no Brasil. Entendemos que precisamos trazer essa programação a público e, dentro do contexto pandêmico, nada mais consciente do que trazer a programação ao ar livre e integrada à importância desta data”, afirma Eleison, diretora artística do museu.
Ainda no dia 21, será lançado o ciclo de falas públicas do Programa MAM | Capacete de residências artísticas e pesquisas, com fala da cientista social e pesquisadora Elô Nunes em diálogo com a diretora artística do programa, Camilla Rocha Campos. A atividade será realizada presencialmente, às 16h, para 30 pessoas, com lugares higienizados e posicionados com o devido distanciamento. Os ingressos estarão disponíveis on-line, com opção de contribuição sugerida ou gratuidade.
Já no dia 23 de novembro, das 19h às 21h, a área de Educação e Participação do MAM Rio inicia o segundo curso para educadores dessa primavera, pela plataforma Zoom para até 95 participantes. As inscrições são realizadas online.
Estão sendo convidados artistas, pesquisadores e educadores para dialogar acerca das questões: É possível descolonizar o currículo, a partir de práticas e olhares negros? Como instaurar questionamentos e ações que apresentam a perspectiva negra como base epistemológica para a arte e a educação?
As aulas serão ministradas por Wanderson Flor do Nascimento, professor de Filosofia da Universidade de Brasília; Andreza Jorge, artista, ativista e professora do Departamento de Arte Corporal da UFRJ; e Tiago Sant’Anna, artista visual, curador e doutorando em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia.
O programa “MAM para educadores” oferece cursos que abordam a transversalidade das áreas de educação, arte e cultura, a partir das coleções, exposições e acervos do MAM. O intuito é estreitar os laços entre o museu e a escola, e colaborar com a formação continuada dos profissionais da educação.
Confira a programação completa:
20/11 – Sexta-feira
18h – Debate “Expressão e Documentação da Cultura Negra Brasileira”, com a participação do cineasta Jom Tob Azulay, do músico, percussionista e pesquisador Djalma Correa, do cantor, compositor e músico Jards Macalé e do diretor do Festival 1666, Rodrigo Sousa & Sousa. Mediação: Keyna Eleison, diretora artística do MAM.
19h – “Os Doces Bárbaros” (versão digital restaurada em 4K) para a sessão de abertura do Festival 1666.
21/11 – Sábado
FESTIVAL 1666
Sessão da Cinemateca ao ar livre, com 50 lugares. Ingressos com contribuição sugerida e opção de gratuidade. Entrada Livre. Em caso de chuva o evento será mantido.
O Festival 1666 é uma iniciativa do Coletivo Mundo em Foco, com apoio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, através da Cinemateca do MAM. Em sua segunda edição, ocorrerá de 20 a 29 de novembro de 2020, através de duas programações presenciais nos espaços da Cinemateca e um conjunto de sessões virtuais, que poderão ser acessadas pelo site do Mundo em Foco.
18h30 – Corações a mil
A retrospectiva Jom Tob Azulay, cineasta homenageado da segunda edição do festival 1666, prossegue de forma presencial com a exibição de “Corações a mil”, documentário que acompanha um tour de apresentações do músico Gilberto Gil.
20h – Super 8 carioca + Filmes de oficina
A sessão dedicada ao Super 8 carioca revela a pujança de produção com a bitola em pleno século 21, apresentando 12 títulos curtos conjugados com as realizações fruto das duas oficinas oferecidas pelo Festival no mês de outubro, promovendo assim o instrumento criativo a experimentação com a película, o padrão amador e a tecnologia leve, prática e de baixo custo.
Próximas de nós – 16h
Sessão no Espaço de Encontros MAM. Capacidade máxima de 30 lugares. Ingressos com contribuição sugerida e opção de gratuidade. Em caso de chuva o evento será mantido.
21/11 – 16h – Fala da cientista social e pesquisadora Elô Nunes em diálogo com a diretora artística do Programa MAM | Capacete, Camilla Rocha Campos.
23, 24 e 30 de novembro
CURSO MAM PARA EDUCADORES (gratuito)
Sobre como é possível descolonizar o currículo, a partir de práticas e olhares negros. Sessões via Zoom. 95 vagas disponíveis. De 19h às 21h, aulas com Wanderson Flor do Nascimento, Andreza Jorge e Tiago Sant’Anna.