Mar incontrolável: fotógrafo realiza ensaio com imagens que mostram o avanço do oceano em uma cidade do Rio

Felipe Fittipaldi conquistou prêmios internacionais com o trabalho ‘Eustasy’, que revela que no município de São João da Barra, a região de Atafona vem sendo ‘engolida’ e destruída pelo mar

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Foto: Felipe Fittipaldi

Há anos um desastre natural vem destruindo uma região do litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Na praia de Atafona, um antigo balneário, é possível notar como as ondas estão, cada vez mais, “engolindo” a cidade. Essa situação choca quem nunca a viu e Felipe Fittipaldi, fotografo especializado na cobertura de questões ambientais, notou a grandeza desse acontecimento e com seu conhecimento e equipamento montou o ensaio “Eustasy”.

Em português o nome do trabalho significa “eustasia”, um termo científico para a variação global no nível do mar ocasionada por alterações no volume oceânico. Em 2011 o reconhecimento chegou a Felipe, que teve suas fotos publicadas pela revista National Geographic, nos Estados Unidos e, após isso,o jovem carioca ganhou uma bolsa para que pudesse dar continuidade ao projeto.

Em agosto deste ano, seu trabalho foi o grande vencedor do concurso World Report Award 2022, organizado anualmente na Itália pelo Festival Internacional de Fotografia Ética. O brasileiro foi selecionado entre 741 fotógrafos de 60 países. Fittipaldi também ganhou uma bolsa do festival The ISEM Prizes for Documentary Photography e com o dinheiro, pretende fazer uma última expedição a Atafona. No próximo ano, também deve organizar uma exposição na cidade de Sète, na França, e publicar um livro sobre o ensaio Eustasy.

À revista Galileu, Felipe Fittipaldi disse que seu trabalho chamou atenção porque o aumento do nível do mar está ocorrendo não só no Brasil, mas em todo o mundo. E ele está certo. Em 2019, uma pesquisa da revista científica Nature Communications apontou que 340 milhões de pessoas que vivem no litoral podem ser afetadas pelo avanço dos oceanos até 2050, chegando a 630 milhões ao final do século XXI.

O litoral fluminense, Atafona tem aproximadamente 6,7 mil habitantes que, infelizmente, não tem para onde ir. O avanço do mar sobre o território se agravou desde que o rio Paraíba do Sul foi desviado, na década de 1950, para abastecer uma parte do estado do Rio. As obras provocaram um rápido processo de erosão, que desequilibrou o delta do rio, além de destruir mangues e cerca de 80% da mata ciliar do curso d’água.

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Foto: Felipe Fittipaldi

Conforme o mar vai avançando e destruindo construções, a população do município vai se movendo para trás. O carioca mora em Vancouver, onde trabalha como fotógrafo do governo canadense, mas pretende continuar acompanhando o drama de Atafona e trazendo visibilidade para essa história. Em 2020, o DIÁRIO DO RIO escreveu sobre a grave situação de Atafona, contando a história do antigo balneário, o que pode ser lido aqui.

As informações são da revista Galileu e Veja Rio.

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