Marcelo Freixo aceita apoio de ex-prefeito acusado de assassinato

Ex-prefeito de Teresópolis por 5 vezes, e com uma folha criminal e de escândalos, Mario Tricano teve seu apoio aceito por Marcelo Freixo

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Mario Tricano e Marcelo Freixo - Foto: Redes Sociais

O pré-candidato a governador do Rio de Janeiro nas Eleições 2022, Marcelo Freixo (PSB), realmente parece ter mudado. Se antes ele assumia o papel de paladino contra o crime e se fez ficar conhecido pela corajosa luta contra as milícias e pela atuação firme em CPI da Alerj sobre o tema, agora vem aceitando apoio de figuras que não são exatamente de reputação ilibada.

Durante um grande encontro em Teresópolis, Freixo se encontrou com o ex-prefeito da cidade Mario Tricano, que declarou seu apoio ao pré-candidato. Até aí nada demais, o problema é a ficha corrida do político, que não é exatamente das melhores para quem gosta enfatizar sua aversão ao crime e que o combate é feito ‘doa a quem doer’. É, depois que o deputado saiu do Psol, as mudanças são evidentes. Um famoso parlamentar disse, em confidência, a este colunista: “o mundo real de quem quer ganhar eleição tem menos cheiro de rosas que de chorume”.

Ainda cabo da Polícia Militar do Estado da Guanabara, Tricano foi acusado de ter se envolvido no assassinato de Radvay Correia, em 1971. No entanto, a demora e uma solicitação de transferência do Ministério Público para o Tribunal do Júri tornaram o processo irregular e ele nunca foi julgado. Ele também foi acusado de ter participado de 3 assassinatos na década de 1980, crimes que seriam ligados a uma suposta relação de Mario com o bicheiro de Nilópolis, Anísio Abraão David. Turma boa.

Em 15 de dezembro de 2011, Tricano chegou a ter sua prisão preventiva declarada durante uma operação policial conhecida como Dedo de Deus, junto com outras 60 pessoas acusadas de terem ligação com o jogo do bicho. No entanto, a justiça revogou sua prisão em 1º de fevereiro de 2012. Acusado também é eleitor, diria algum político do centrão. Pera. Mas o Freixo não era diferente?

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O político e neo-freixista foi prefeito de Teresópolis por 5 vezes. No 1º mandato entre 1989 e 1992, ele se recusou reintegrar à folha de pagamento o então vice-prefeito, Roberto Ferreira Rocha. Em 16 de dezembro de 1997 foi afastado por um ano, sendo condenado em primeira instância por explorar o jogo do bicho e por supostos maus usos de verba pública e homicídio, pelo STF. A fina flor da política fluminense.

Mesmo após deixar a administração da cidade, Tricano ainda se envolveu em escândalos. O MPF/RJ moveu uma ação de improbidade. Em seu relatório, foram apontadas várias irregularidades na gestão da saúde em dois de seus mandatos (1997/2000; 2001/2004). Em 2012, Tricano voltou a se candidatar a prefeito da cidade. Apesar de ter sido o candidato mais voltado, teve seu registro de candidatura negado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2008 e não assumiu o cargo. O prazo que era de três anos foi estendido para oito após a Lei da Ficha Limpa ter sido sancionada em 2010. 

Após diversas trocas no cargo de prefeito, Tricano conseguiu uma liminar em janeiro de 2016 que lhe permitia assumir a prefeitura, concedida por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, então presidente do STF. Ele foi eleito por 35 mil votos, mas o TRE indeferiu sua candidatura, chegando a proclamar o candidato Luiz Ribeiro como vencedor. No entanto, o próprio TRE finalmente deferiu sua candidatura, confirmando-o como prefeito de Teresópolis pelo quinto mandato.

Em 14 de março de 2018, em entrevista à Rádio Geração 2000, reproduzida pela Geração TV (ambas locais), Tricano orientou a população de Teresópolis a “enterrar e queimar o próprio lixo“, como solução ao problema da coleta no município. Sua declaração teve repercussão negativa tanto entre os moradores de Teresópolis quanto nacionalmente, tendo sua fala reproduzida em diversos meios de comunicação. A prática da queima do lixo é considerada como crime ambiental, passível de multa e prisões. Prática mais antiga que jogar no bicho.

E o neo-aliado de Freixo não para por aí: adversários de Tricano o chamam, depois de 5 anos de mandato, de Pai da Favelização. Será que é por isso que o apoio de Mário foi aceito? Apesar disso tudo, ele mantém forte reduto político na cidade, mas há quem não tenha gostado muito da aproximação entre os políticos, como pode se ver nos comentários do post do encontro em sua página no Facebook:

Dizem que apoio político não se nega…

A assessoria do pré candidato informou que o evento tinha diversas pessoas – inclusive sindicalistas – e que o apoio do polêmico ex-prefeito foi apenas um dos fatos ocorridos. E o apoio dele, como de demais presentes, foi aceito por Freixo.

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13 COMENTÁRIOS

  1. Olha ae cariocada “experta” o candidato “bonzinho”
    Luta contra criminalidade no Rio de Janeiro.
    O Rio de Janeiro é uma comédia (trágica)

  2. Nada de espantoso nisso. Estão apenas levando à público o estreito relacionamento que tem com criminosos. Mas alguém ainda não sabia disso?

    Que Deus nos livre disso!

  3. E vocês estão preocupados porque sabem que ele tem enormes chances, e isso ameaça o candidato de vocês, que em termo de ficha corrida não fica atrás do apoiador do Freixo…

    • Quintino e seus seguidores, como sempre tendenciosos, não perdem tempo em dar porrada nos opositores do Castro (esse sim faz inúmeros conchavos e com o dinheiro público e, vcs nada falam), seu vice deve ser outro bandido, lá de Caxias (como dizia o velho Ulisses, em política tudo é possível).
      Só para constar, se vcs não sabem ele Freixo combateu as milícias, governador corrupto que depois foi até preso (vejam o filme Tropa de Elite), enquanto Castro e seus correligionários juntam-se a eles.

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