Márcia Silveira: Filosofia como estilo de vida

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O filósofo Sócrates (470 – 369 a.C.) era conhecido por seu método singular de filosofar: ele tinha o costume de parar as pessoas na rua e fazer perguntas sobre os mais variados assuntos. Seu intuito era fazer seus interlocutores refletirem sobre ideias que eles assumiam sem pensar. Durante as conversas com o filósofo, eles acabavam se contradizendo e percebendo que o que antes tinham como verdade, não estava tão certo assim.

            Christopher Phillips, educador norte-americano, um dia percebeu que o método socrático de fazer filosofia não era mais utilizado – e fazia falta. Resolveu, então, criar o Sócrates Café, um encontro no qual os participantes discutem ideias à moda socrática. O autor é defensor de uma filosofia voltada para a vida do homem comum, no lugar de uma abordagem puramente acadêmica. É disso que trata o livro Sócrates Café: o delicioso sabor da Filosofia.

            “O próprio Sócrates nunca enunciou um ‘método’. Entretanto, recebeu esse nome porque ele, mais do que qualquer um antes ou desde então, delineia a Filosofia praticada – a Filosofia como ação, como estilo de vida, como algo que qualquer um de nós pode fazer.”

            A princípio, este livro pode parecer uma boa forma de introdução à filosofia de Sócrates, mas não é exatamente o caso. Nele, Christopher Phillips fala sobre os motivos pessoais que o levaram a criar o Sócrates Café – o que em alguns momentos confere um tom exagerado de autoajuda ao livro. Ele também descreve os diálogos que ocorrem nos encontros, que acontecem não só em cafés, mas em escolas, asilos e em qualquer lugar onde existam pessoas dispostas a filosofar. O objetivo de Phillips é resgatar a filosofia como questionamento, a investigação filosófica, que não necessariamente chega a uma resposta, mas faz as pessoas refletirem.

            “O que fica evidente no decorrer de nossos diálogos é que ninguém parece ainda ter apresentado a resposta abalizada ou definitiva para qualquer pergunta. Todas as opiniões, todas as chamadas verdades nunca são a última palavra.”

Os encontros são iniciados sempre com uma questão, proposta pelo mediador ou por qualquer um dos participantes. São perguntas como: “O que é um amigo?” ou “O que é a insanidade?”. Além dos diálogos, Christopher Phillips discorre sobre os assuntos abordados por meio das teorias de filósofos como Schopenhauer, Nietzsche e Walter Kaufmann, entre outros. Ao final do livro, o autor deixa um guia para que o leitor possa dar início ao seu próprio Sócrates Café.

Sócrates dizia que “a vida não examinada não é digna de ser vivida”. E no Sócrates Café, Phillips incentiva as pessoas a analisarem suas próprias convicções e, assim, se conhecerem melhor – saber o que pensamos sobre determinados assuntos é uma forma de autoconhecimento.

Assim como as conversas entre Sócrates e seus interlocutores era uma ótima forma de filosofar, a ideia dos encontros criados por Phillips também é muito boa. Porém, no livro, não ficou tão interessante assim. Talvez Christopher Phillips devesse ter guardado o Sócrates Café apenas para os encontros presenciais.

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Nota: 3/5

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Livro: Sócrates Café: o delicioso sabor da Filosofia
Autor: Christopher Phillips
Editora: Citadel
Páginas: 220

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Bacharel em Filosofia, pós-graduada em História da Arte. Escritora e revisora. Mãe do Bruno e da Daniela. Bibliófila.
marcia-silveira-filosofia-como-estilo-de-vidaPara Márcia Silveira o livro Sócrates Café, de Christopher Phillips, não ficou muito interessante e a ideia podia ser guardada para encontros presenciais

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