O câncer de colo de útero é a maior causa de morte por câncer em mulheres com até 36 anos e a segunda maior em mulheres até os 60 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2022). Diante desse cenário, a campanha Março Lilás reforça a importância da conscientização sobre a prevenção e o combate a essa doença, que é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma estratégia global para a erradicação do câncer de colo de útero como um problema de saúde pública, baseada em três pilares: vacinação contra o HPV, rastreamento precoce e tratamento adequado. A meta é que, até 2030, 90% das meninas sejam vacinadas contra o HPV até os 15 anos, 70% das mulheres sejam avaliadas com testes de alto desempenho aos 35 e 45 anos, e 90% das mulheres diagnosticadas com lesões cervicais recebam tratamento adequado.
No Brasil, o Ministério da Saúde tem intensificado campanhas de vacinação contra o HPV, vírus responsável por 99% dos casos de câncer de colo de útero. A vacina quadrivalente, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra 70% dos casos da doença e é oferecida para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos específicos, como transplantados, pacientes oncológicos, pessoas vivendo com HIV/Aids e vítimas de violência sexual. Já na rede privada, a vacina nonavalente, que protege contra nove tipos de HPV e oferece 90% de proteção, está disponível para homens e mulheres entre 9 e 45 anos.
Apesar dos avanços, as taxas de mortalidade por câncer de colo de útero ainda são alarmantes, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. Dados do INCA (2023) mostram que, em 2021, a região Norte registrou 9,07 mortes por 100 mil mulheres, seguida pelo Nordeste (5,61/100 mil). Além disso, desigualdades raciais persistem: mulheres negras têm 30% mais chances de morrer pela doença do que mulheres brancas, enquanto entre as indígenas esse risco é 82% maior.
A MSD, empresa farmacêutica responsável pela produção e distribuição das vacinas contra o HPV, tem investido em campanhas de conscientização para ampliar a adesão à vacinação e reduzir os impactos do câncer de colo de útero. A empresa reforça que a prevenção, aliada ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado, é essencial para mudar o cenário atual da doença.
A importância da prevenção
Além da vacinação, especialistas destacam a necessidade de exames regulares, como o Papanicolau, para detectar precocemente lesões precursoras do câncer. A conscientização sobre os fatores de risco, como tabagismo e múltiplos parceiros sexuais, também é crucial.
O Março Lilás serve como um alerta para que mulheres de todas as idades e origens busquem informações, se vacinem e realizem exames preventivos. A erradicação do câncer de colo de útero é possível, mas depende de esforços coletivos e individuais para garantir que mais vidas sejam salvas.