O único tetracampeão mundial de futebol, Mário Jorge Lobo Zagallo, faleceu na madrugada deste sábado (6), aos 92 anos de idade. A morte da maior lenda do futebol brasileiro foi confirmada pela sua assessoria de imprensa através da nota:
“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo.
Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas.
Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa.”
O Botafogo, clube onde Zagallo atuou como jogador e técnico, lamentou a grande perda para o futebol nacional. O Flamengo, onde Zagallo também atuou como jogador e técnico, também lamentou o falecimento do “Velho Lobo”, além de desejar “muita força aos familiares e amigos do nosso querido Zagallo”. Vasco da Gama e Fluminense, clubes pelos quais o ex-jogador e ex-técnico também atuou também repercutiram a sua morte
Carreira
Alagoano de Atalaia, Mário Jorge Lobo Zagallo, veio para o Rio de Janeiro com a família ainda bebê. O bairro da Tijuca, na Zona Norte da cidade, foi o local escolhido pela família do menino para começar a vida no Sudeste.
Apaixonado por futebol desde a mais tenra infância, Mário Jorge costumava jogar peladas na região onde seria construído o estádio do Maracanã. Bom de bola, Zagallo passou pelas categorias de base do América, de onde foi para o Flamengo.
Ao completar 18 anos foi convocado pelo Exército. No final da Copa de 1950 fez a segurança das arquibancadas do Maracanã onde assistiu o fatídico Maracanazzo, quando o Brasil foi derrotado pelo Uruguai.
Pelo Flamengo, Zagallo jogou profissionalmente como ponta-esquerda, conquistando três campeonatos cariocas, de 1953 a 1955.
Depois do trauma de 1950, Zagallo, já na seleção brasileira, foi campeão na Copa de 1958 – a primeira do Brasil, que bateu a Suécia por 5 a 2. Na época, o seu apelido era Formiguinha, pois corria muito e ajudava na marcação do meio-campo.
O ano de 1962 foi especial para Zagallo, que já era campeão pelo Botafogo, e tornou-se bicampeão mundial na Copa daquele ano.
Dois anos depois, Mário Jorge se aposentou e deu início à carreira de treinador, começando pelo Botafogo, passando posteriormente pelo Flamengo, Vasco e Fluminense.
O talento como técnico ficou logo evidente. Meses antes da Copa de 70, Zagallo assumiu a seleção, que estava sob o comando de João Saldanha. Entre os jogadores estava o brilhante Pelé. O grupo conquistou o tricampeonato mundial.
Na Copa dos Estados Unidos, em 1994, Zagallo atuou como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira. Com eles, a seleção conquistou o tetracampeonato.
Em 1998, desta vez como técnico da seleção, quase foi penta. Mas o Brasil foi batido pela França de Zinedine Zidane.
Zagallo também treinou as seleções do Kwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita, país onde comandou o Al Hilal, a atual equipe do jogador Neymar.
‘Vão ter que me engolir!’
Após ser duramente criticado, Zagallo disse uma das mais frases mais emblemáticas: “Vocês vão ter que me engolir”. O desabafo aconteceu, em 1997, quando o Velho Lobo venceu a Copa América daquele ano.
O número 13 também marcou a vida e a carreira de Mário Jorge. A influência veio da sua esposa Dona Alcina, devota de Santo Antônio, cujo o dia é celebrado em 13 de junho. Treze é ainda “31” ao contrário, ano em que nasceu Zagallo.
Informações:G1
Afinal, Zagallo faleceu na sexta-feira, 5 (como divulgado inicialmente) ou neste sábado, 06/1? Se foi nesta madrugada: “seis do 1” é igual a 7 + 6= 13, o cabalístico número que marcou sua vida e carreira esportiva.