A primeira noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro, foi marcada por muita emoção, um canto forte a resistência negra e muita gente passando mal.
Na dispersão, durante o tempo que o Diário esteve acompanhando a saída das escolas, foram contados 7 atendimentos médicos. Não era menos. Foram dois anos de expectativas e preparos para cruzar a Avenida Marquês de Sapucaí.
Vamos a uma análise curta e objetiva das escolas que se apresentaram na noite desta sexta-feira (22):
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
A rainha de Ramos, foi a grande surpresa da noite. Na minha opinião fez o melhor desfile e a bateria do mestre Lolo foi impecável.
Luxuosa, abusando do estilo barroco e desfile técnico característico, a verde e branco não ousou arriscar muito, mas devido aos erros das coirmãs já está garantida no meio da tabela e brigará por um espaço no sábado das campeãs.
Grande destaque da GRESIL fica para o belíssimo bailado do primeiro casal de mestre Sala e Porta Bandeira e Rosa Magalhães. A professora, veio na última alegoria e foi ovacionada na Avenida. Rosa é uma das poucas mulheres que assinam desfiles no Rio.
MANGUEIRA
A Estação Primeira de Mangueira fez um desfile para sua comunidade. Foi uma dívida muito bem paga pelas mãos de Leandro Vieira. A verde e rosa cantando Jamelão, Cartola e Delegado se reencontrou com sua ancestralidade, com seu povo. Tenho a impressão que o desfile não será campeão, é meio da tabela com possível vaga nas campeãs.
Das escolas que passaram, achei o conjunto mais equilibrado e uma paleta de cores entre alas e alegorias de forma suave. Destaque para a belíssima coreografia e troca de roupa da Comissão de Frente e para a rainha de bateria Evelyn Bastos, com sua faixa “cria do morro”. Quem tem ouvidos ouça ou leiam.
SALGUEIRO
O “torrão amado” foi um grito na Sapucaí. Um dos melhores desfiles da vermelho e branco do Andaraí. Bateria furiosa arrepiando, Quinho um intérprete que chama e anima a arquibancada e uma comissão de frente belíssima, bem coreografada, mas que me lembrou a da Grande Rio. Só trocam a água pela areia. No final do desfile a escola correu bastante, deverá perder alguns pontos evolução. Detalhe negativo é a mudança repentina do desfile. Saiu do lado histórico e baixou em Madureira.
SÃO CLEMENTE
Tinha tudo para ser o grande e memorável homenagem a Paulo Gustavo, mas o desfile falhou. A bandeira do casal de MS e PB enrolou duas vezes na frente do júri, as cores da fantasia não combinavam, alas totalmente sem noção e entendimento e alegoria da Comissão de Frente ficou mais tempo apagada que acesa.
São Clemente volta para a Série Ouro em 2023, infelizmente. Uma escolha prematura de enredo e um samba muito fraco. Destaque para a super bateria e dona Déa na abertura do desfile ovacionada.
VIRADOURO
Fez um desfile super técnico, luxuoso é praticamente perfeito. Poucos erros, mas o samba não pegou na Avenida, com excessão do refrão. Mestre Ciça fez uma belíssima apresentação da sua bateria, comissão de frente belíssima assim como o primeiro casal de MS e PB. Pela expectativa por ser a atual campeã, não vimos um desfile “campeão”, mas uma candidata a voltar no sábado e dependendo dos erros da coirmãs, pode beliscar o caneco por décimos.
BEIJA-FLOR
Voltamos a ver a Beija-Flor com sede de título. Teve erros pontuais em alegorias, com ausência de componentes no segundo carro. Comunidade cantando muito forte, bateria maravilhosa e belíssima apresentação de Selminha e Claudinho. Um dos melhores desfile da Deusa da Passarela nos últimos anos. Final emocionante com homenagem a Laíla e Pinah.