Pacientes e profissionais do Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá, na Zona Norte da cidade, assistiram a cenas lamentáveis no último domingo (16), quando a médica Sandra Lúcia Bouyer Rodrigues, foi fisicamente agredida por um homem e sua filha em razão da demora no atendimento. A médica estava sozinha no plantão, com mais de 60 pacientes internados na sala vermelha da unidade. Na ocasião, também não havia um segurança sequer para protegê-la, o que facilitou as agressões.
A Drª Sandra Lúcia foi agredida de madrugada por André Luiz do Nascimento Soares, de 48 anos, e sua filha Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23, após ambos se irritarem com a demora no atendimento para tratar o ferimento na mão. Com isso, conforme o relato da médica, os dois começaram quebrar portas de vidro e depois partiram para a agredir a profissional.
Nas redes sociais, a médica comentou sobre as condições precárias nas quais trabalha e como se desenrolou todo o lamentável incidente que, inclusive, culminou em morte de uma paciente.
“Tenho mais de 30 anos de atuação na Saúde do Município. Com orgulho. Nessa madrugada, fui vítima da precariedade e insegurança dos trabalhadores na Saúde. Agredida fisicamente por um homem que não soube ouvir ‘não’, e sua filha completamente alterados, enquanto eles e outros destruíam portas, cadeiras e ameaçavam pacientes e toda a equipe. Sem nenhum segurança”, escreveu a médica.
No depoimento, a Drª Sandra Lúcia falou ainda sobre o desenlace das agressões sofridas por ela: “Resultado: 5 pontos na boca, equimose, arranhões, polícia, delegacia, IML. E tudo isso assumindo um plantão sozinha com mais de 60 pacientes internados. Desabafo!“
Na madrugada do incidente, Arlene Marques da Silva, de 82 anos, paciente que vinha sendo acompanhada por Sandra Lúcia, faleceu depois da confusão. Familiares da idosa disseram ao jornal O DIA, nesta segunda-feira (17), que a paciente apresentava sinais de melhora, mas teria morrido diante da tensão provocada pela situação. Arlene foi enterrada, no final da tarde de hoje, no Cemitério de Irajá.
Os agressores foram autuados pela Polícia Civil pelo crime de homicídio doloso, com dolo eventual, pois ao invadirem a sala vermelha da unidade, não se importando com as vidas dos pacientes ali internados, O caso é investigado pela 27ª DP (Vicente de Carvalho).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, por meio de nota, que, no setor de clínica médica do hospital deveria ter dois médicos na escala, mas um deles faltou ao plantão por problemas de saúde. Quanto aos profissionais de segurança, a SMS esclareceu que em todas as unidades de saúde há profissionais de vigilância desarmados que, “em caso de alguma intercorrência, as autoridades policiais são acionadas”.
As informações são do jornal O DIA.