A Light realizou ontem, dia 22 de outubro, uma grande operação de combate ao furto de energia em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A ação, que envolveu mais de 400 colaboradores da empresa, contou com o apoio da polícia civil e militar, incluindo a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), as delegacias 52ª DP (Nova Iguaçu) e 56ª DP (Comendador Soares), além do 20º BPM (Mesquita) e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
Durante a operação, fraudes em 10 estabelecimentos comerciais foram identificadas, levando à condução de sete responsáveis à delegacia para depoimento. Três pessoas foram presas em flagrante devido à gravidade das irregularidades no consumo de energia.
Casos de destaque: restaurante e escola de samba
Entre os locais vistoriados, um dos casos mais graves envolveu um restaurante de grande porte. Segundo o superintendente da Light, Bruno Rodrigues, o estabelecimento foi flagrado utilizando uma ligação direta à rede elétrica, sem passar pelo medidor. “Houve uma ligação direta da rede elétrica, utilizando energia de baixa tensão sem passar pelo medidor,” afirmou Rodrigues, destacando que essa prática é comum na área de concessão da empresa e compromete o fornecimento de energia de forma ilegal.
Outro caso significativo ocorreu em uma escola de samba da região, onde foram identificados quatro pontos de uso de energia elétrica sem medição. “A fiação estava em condições extremamente precárias, e, por não atender às normas de segurança, poderia sobrecarregar o sistema e causar um incêndio,” alertou Rodrigues, chamando atenção para os riscos à segurança pública e ao sistema elétrico.
Atendimento à população e consequências legais
Durante a operação, a Light também montou uma estrutura de atendimento comercial na Praça Santos Dumont, no centro de Nova Iguaçu, oferecendo serviços como atualização cadastral, troca de titularidade e parcelamento de débitos.
O furto de energia é um crime previsto no artigo 155 do Código Penal, com pena de até oito anos de prisão. Além de ilegal, essa prática afeta toda a população, causando interrupções no fornecimento de energia, especialmente em épocas de maior demanda, como o verão.
Impacto no fornecimento de energia
As ligações clandestinas não apenas são contra a lei, como também colocam a segurança em risco, podendo causar acidentes e incêndios. A sobrecarga gerada por esse tipo de fraude é mais perceptível no verão, quando o consumo de energia aumenta significativamente em áreas com altos índices de furto, sobrecarregando transformadores que são projetados para atender o número regular de clientes cadastrados.
Prejuízos e ações contínuas da Light
A Light opera em 31 municípios do Rio de Janeiro, enfrentando um dos cenários mais desafiadores em termos de furto de energia no Brasil. A empresa tem atuado de forma intensiva em parceria com o poder público para coibir essa prática. Nos primeiros oito meses de 2024, a concessionária regularizou 2.409 ligações clandestinas e normalizou cerca de 121.520 instalações irregulares em residências e comércios, recuperando 97 GWh de energia, o equivalente ao consumo de 40 mil residências por um ano.
Apesar dos esforços, o furto de energia ainda gera um prejuízo anual de cerca de R$ 800 milhões para a empresa. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a cada 100 clientes regulares, 34 furtam energia. Em 2023, a Light inspecionou mais de 610 mil locais para combater o furto.