O mercado imobiliário carioca fechou o primeiro semestre deste ano aquecido. O Valor Geral de Vendas (VGV) de imóveis novos nos seis primeiros meses de 2024 cresceu 66% na comparação a igual período do ano passado. A informação é de pesquisa encomendada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ) à Brain Inteligência Estratégica.
No primeiro semestre deste ano, o mercado carioca alcançou R$ 4,61 bilhões em VGV, contra R$ 2,77 bilhões do primeiro semestre de 2023. A alta é ainda mais expressiva ao se analisar somente os dados do segundo trimestre do ano. De abril a junho de 2023, o VGV carioca foi de R$ 1,287 bilhão, em comparação a R$ 2,5 bilhões de abril a junho de 2024, com crescimento de 94%.
Presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu lembra que, historicamente, o segundo semestre do ano é ainda mais movimentado que o primeiro. “É quando as construtoras e incorporadoras fazem mais lançamentos, tem sido assim em toda a nossa série histórica”, diz ele.
Embora o número de empreendimentos lançados no primeiro semestre de 2024 tenha sido menor que o registrado no mesmo período de 2023, a quantidade de unidades foi bem maior, refletindo a recuperação do segmento Minha Casa, Minha Vida, conhecido por edifícios com mais apartamentos. Nos primeiros seis meses de 2024, foram lançadas 7.949 unidades de todos os padrões no mercado carioca, frente a 5.966 unidades lançadas nos primeiros seis meses de 2023.
Outro dado que chamou atenção na pesquisa foi a redução do estoque. Em março deste ano, o número de imóveis novos para venda, nas mãos das construtoras e incorporadoras, era de 12.588 unidades. Apenas três meses depois, esse número caiu para 11.518 unidades. “O Rio de Janeiro é, hoje, uma das capitais com menor oferta em todo o país”, destacou Marcelo Gonçalves, sócio da Brain.
Lucy Dobbin, Superintendente de Vendas da Sergio Castro Imóveis, destaca que o bom momento do setor também pode ser medido pelo aumento na venda de imóveis que não necessariamente são lançamentos, os chamados “imóveis de terceiros”.
“É fato que o mercado imobiliário do Rio de Janeiro está mostrando sinais claros de recuperação e dinamismo, com uma redução significativa no estoque de imóveis novos. Mas não apenas os imóveis novos estão em alta. À medida que há uma redução no número de lançamentos, o movimento de vendas de unidades conhecidas como ‘imóveis de terceiros’ – ou seja, que não são lançamentos – sejam unidades comerciais ou residenciais, também aumenta consideravelmente, diz Dobbin, que revela mais uma condição para a alta do mercado.
“Outro fator que impulsiona o mercado de imóveis de terceiros inclui o fato destes imóveis já estarem prontos para ocupação imediata, o que é atraente para quem precisa mudar rapidamente e não quer ou não pode aguardar o prazo de construção e arcar com muitas despesas. Além disso, o que vem ocorrendo com frequência é a possibilidade de negociar o preço final e as condições de compra, como descontos ou facilidades de pagamento, com os proprietários bem receptivos às propostas. O cenário é muito positivo para o mercado imobiliário, refletindo a confiança dos investidores e a atratividade do mercado carioca, que continua a se consolidar como um dos mais promissores do país.“, conclui.