Metaverso na educação: cariocas criam sistema que leva alunos para estudar em um ambiente totalmente digital

O Realms Educverse permite que estudantes aprendam o conteúdo educacional em um ambiente totalmente imersivo e interativo através de vídeos e jogos

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Fotos e vídeos: Daniel Martins

Parem as máquinas! Ou melhor, liguem as máquinas. A educação digital, pela Internet, já é uma realidade para muitas pessoas – realidade que acabou sendo intensificada por conta da pandemia de Covid-19. Contudo, como no on-line o tempo não só não para como voa a jato, uma novidade pode agitar ainda mais esse universo. A empresa carioca Realms, do grupo IP.TV, especializada em soluções de software e responsável por exportar educação a distância para boa parte do Brasil e outros países, está lançando, na Bett Brasil 2023 (SP), que acontece de 9 a 12 de maio, o Metaverso Educacional, chamado de Realms Educverse.

A partir desta feira em São Paulo, estudantes brasileiros do 1º ao 9º ano poderão experimentar a sensação de um mundo digital em 3D, onde é possível, de forma totalmente imersiva, estudar, se divertir e socializar ao mesmo tempo. O DIÁRIO DO RIO entrou no Metaveso Educacional da Realms e viu o funcionamento da estrutura digital de perto. Por dentro.

O aluno cria um avatar e entra no sistema que disponibiliza todas as salas possíveis para a determinada série da qual o estudante pertence. Nessas salas é possível abrir vídeos com professores dando lições, praticar os ensinamentos em joguinhos e trocar experiências e conhecimentos através de textos, áudios e imagens em movimento não só com os educadores em tempo real, mas também com outros alunos. É como uma escola física, no entanto, tudo pode ser feito com cada um na sua casa. O Metaverso Educacional é acessado por computadores e celulares conectados à Internet, com óculos 3D ou não.

A equipe do DIÁRIO DO RIO, com o repórter Felipe Lucena e o fotógrafo Daniel Martins, entrou em uma sala de aula sobre Sistema Solar no Metaverso Educacional da Realms

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Apesar de todas essas possibilidades no mundo digital, Leandro Patrício, CEO da Realms, explica que a ideia é ter a estrutura que leva ao Metaverso Educacional nas escolas – inclusive públicas. “Boa parte da criação desse projeto foi feita no período de pandemia, quando tudo era remoto. Agora, com as escolas já no presencial, o que a gente tem pensado para colocar isso em prática: dentro das unidades escolares, em salas com computadores, celulares, os professores podem guiar os alunos na experiência do Metaverso e assim aprofundar ainda mais o conteúdo dado em sala de aula. Você enriquece a experiência educacional. Outra forma é o aluno usar por conta própria em horas vagas entre as aulas nas salas de aula”, diz Leandro, que também detalha que os educadores podem dar aulas remotamente se for necessário.

DSC 4697 Metaverso na educação: cariocas criam sistema que leva alunos para estudar em um ambiente totalmente digital

Leandro Patrício, CEO da Realms

O Metaverso Educacional da Realms começou a ser desenvolvido em setembro de 2021, tendo como base o trabalho da empresa em educação digital. É uma iniciativa única no Brasil. Entre esses outros trabalhos está o que leva aulas on-line e interativas a estudantes de áreas isoladas do estado do Amazonas. Muitos desses alunos precisam se deslocar quilômetros através de estradas ou rios para estudar e poder receber conteúdo em casa através da Internet tem feito a diferença na vida de muitos deles.

A tecnologia da Realms é utilizada em mais de 10 mil salas de aula on-line, espalhadas por capitais e lugares remotos do Brasil. A iniciativa garante o acesso ao ensino híbrido e remoto, atendendo cerca de 9 milhões de alunos e 350 mil professores. Inclusive da rede pública de ensino.

Metaverso Educacional foi testado no Ceará

Alunos e alunas da disciplina Tecnologias Educacionais e Inovações pedagógicas do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Cariri (UFCA), no Ceará, e do 6º e 8º anos do Ensino Fundamental de uma escola pública no município de Porteiras (539 km de Fortaleza), experimentaram o Realms Educverse. O funcionamento da plataforma, a acessibilidade e os ambientes virtuais encantaram os estudantes que participaram da iniciativa ao lado de monitores e professores.

De acordo com o parecer da UFCA, o uso dos óculos de realidade virtual deixou os novos usuários eufóricos. O documento informa que “o Metaverso possibilitou relações de envolvimento entre os estudantes e o mundo virtual. Todos sentiram-se engajados para navegar fluidamente pelo ambiente na aula sobre o sistema nervoso, pois o ambiente virtual foi capaz de entregar uma ilusão envolvente para que os estudantes ficassem interessados em descobrir os materiais, estudando os materiais propostos”

O parecer constatou que “o uso dos óculos de realidade virtual deixou os estudantes eufóricos. O que mais os chamou a atenção foi o fato de permitirem a impressão da realidade virtual de acordo com o sentido e a direção do corpo do usuário para a navegação no ambiente, o reconhecimento gestual e sonoro além da interface imobilizar a participação de múltiplos usuários no mesmo espaço”.

Para os estudantes do 6º e 8º ano da Escola de Ensino Fundamental Professora Cirene Maria Esmeraldo, que nunca tinham acessado ambiente virtual de aprendizagem, tampouco de realidade virtual, a experiência foi aprovada em 100%. A UFCA atestou que os alunos aprenderam mais com a ferramenta e se sentiram estimulados a ir mais a sala de aula estudar o assunto ministrado pela professora; que não houve dificuldade em acessar a plataforma e navegar pelos ambientes e que as aulas seriam mais divertidas e menos cansativas.

De volta ao Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a Realms atende, com plataformas de ensino remoto, tanto a cidade quanto o estado. Para a capital, a empresa desenvolveu a Rioeduca. No âmbito estadual foi feito o Applique-se RJ. As duas estruturas foram muito utilizadas para as aulas remotas, virtuais, durante a pandemia de Covid-19. Além de treinamento e formação de professores, que é uma preocupação central dos projetos da empresa.

“Agora, com esse novo momento, as secretarias de educação estão analisando esse desafio da volta total das aulas presenciais e, principalmente, recuperar o que foi perdido em relação ao conteúdo aplicado aos alunos nos últimos anos. Por que a tecnologia vem para ajudar? Porque você precisa reduzir esse gap, sobretudo no ensino público, você precisa dar alternativas para que se complemente o ensino”, conta Leandro Patrício.

Todo o material contido no Metaverso Educacional é produzido, curado e revisado por de pedagogos. Tudo seguindo a base curricular nacional, definida pelo Ministério da Educação (MEC). Sobre o uso de celulares em sala de aula, Leandro Patrício frisa que a ideia é que os aparelhos sejam das escolas, “mas claro que os alunos podem usar os deles em determinados momentos. A garotada gosta de jogar no celular, de ver vídeo, e a gente consegue com essa estrutura trazer esses hábitos para a educação deles. Eles literalmente aprendem brincando em um ambiente que é deles, que é o digital”.

O plano é que o Metaverso Educacional alcance, em 12 meses, a partir deste mês de maio, um milhão de alunos utilizando o Educverse. Não parece um universo tão distante.

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