Mico-leão-dourado ganhará corredor florestal na Baixada Fluminense

A Associação Mico-leão-dourado realizou a compra de uma propriedade que será restaurada para conexão e ampliação de seu habitat

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Foto: Luiz Thiago (Associação Mico-Leão-Dourado)

A casa do principal mascote da fauna fluminense será ampliada. A Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) anunciou nesta semana a aquisição de um terreno de 103 hectares, visando a criação de um corredor florestal para unificar os dois territórios de Mata Atlântica onde vive o primata.

O terreno é a Fazenda Santo Antônio. A propriedade está localizada no distrito de Gaviões, em Silva Jardim, na baixada fluminense. O objetivo da AMLD é reflorestar o território, a fim de criar uma barreira ecológica, garantindo a circulação segura de animais entre os dois remanescentes de floresta. De acordo com a associação, estes setores de floresta somam 20 mil hectares de Mata Atlântica – os únicos remanescentes nesta região do estado do Rio de Janeiro.

A propriedade foi adquirida pela AMLD no dia oito de fevereiro. Segundo o Coordenador de Restauração Florestal, Carlos Alvarenga, será necessário um processo de reflorestamento de 44 dos 103 hectares – portanto uma recuperação ecológica de 42,7% da antiga fazenda. A estimativa é de que leve 4 a 7 anos após o plantio para que a passagem se torne adequada aos micos.

A compra do terreno foi viabilizada a partir de fundos de organizações parceiras como Rainforest Trust e DOB Ecology. O corredor florestal será nomeado em homenagem à bióloga, Jennifer Mickelberg. A pesquisadora estadunidense trabalhou por mais de 20 anos na conservação do mico-leão-dourado, e faleceu em novembro do ano passado.

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A Associação Mico-Leão-Dourado foi fundada em 1992, com o objetivo de coordenar a execução do programa de conservação do mamífero. A organização se dedica a proteger a espécie, e garantir sua sobrevivência a longo prazo em seu habitat natural, a Mata Atlântica. Para isso, implementa programas de pesquisa, educação ambiental, agricultura sustentável, ecoturismo e restauração florestal.

Em 2023, a AMLD divulgou os resultados de um novo censo populacional da espécie, que estimou a presença de 4.800 micos-leões na região da Bacia do Rio São João, principal habitat do animal, e área foco de atuação da organização. Este número representou um crescimento de 52,1% em relação ao censo de 2019, quando foram estimados 2.500 representantes do primata.

É pertinente ressaltar que o mico-leão-dourado esteve em sério risco de extinção. Em 1970, eram estimados apenas 200 micos-leões remanescentes.

A aquisição da Fazenda Santo Antônio é fundamental para o programa de conservação do mico-leão-dourado. Ela vai permitir a consolidação de um corredor florestal, depois que a Mata Atlântica for restaurada nesta propriedade, para conectar os dois maiores fragmentos florestais de Mata Atlântica de baixada – única área no mundo em que vive o mico-leão-dourado”, afirma Luís Paulo Ferraz, Secretário Executivo da Associação Mico-leão-dourado.

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