Considerada a advogada das causas impossíveis, Santa Rita de Cássia, também padroeira do Centro do Rio, atraiu milhares de fiéis à sua Paróquia, localizada no Largo que leva o seu nome e que faz esquina com a Rua Miguel Couto. Todos os anos, o dia 22 de maio, reúne católicos e admiradores que reafirmam os seus votos de confiança ou fazem novos pedidos à santa milagrosa, que é venerada há 312 anos pelo povo carioca. O Dia de Santa Rita de Cássia entrou para o calendário oficial da cidade, por meio da Lei Ordinária 7.187, de 13 de dezembro de 2021 e autoria dos vereadores Rafael Aloisio Freitas, Carlo Caiado e Cesar Maia.
Ao longo de todo o dia, os fieis lotaram as várias missas celebradas no templo em estilo barroco-rococó do século XVIII, em honra de Santa Rita, que, como reza a tradição, recebeu milhares de belas rosas como regalos. Além de padroeira das causas impossíveis e do Centro do Rio, Santa Rita também é protetora das viúvas.
O momento especial deste Dia de Santa Rita de Cássia ficou a cargo do Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, que rezou uma missa em ação de graças em nome da religiosa. A celebração foi acompanhada por centenas de fieis com rosas amarelas e vermelhas nas mãos. Assim como as celebrações do Dia de São José e na Igreja da Lapa dos Mercadores, as manifestações religiosas foram acompanhados por uma multidão de devotos, que têm reacendido a tradição católica nas ruas do Centro do Rio.
Nascida Margherita Lotti, em Roccaporena, em 1381, a santa desde criança manifestou o desejo de dedicar-se a Cristo, o que só pode fazer anos depois depois de perder o marido e os dois filhos homens.
O mosteiro das irmãs Agostinianas, onde queria ingressar só aceitava jovens solteiras. Para não ficar longe da sua vocação religiosa, a santa passou a cuidar de doentes de lepra e a curar enfermos.
Após um chamando misterioso de Santo Agostinho, São Nicolau e São João Batista, Santa Rita foi parar dentro do mosteiro das Agostinianas, que sem explicação do ocorrido decidiram aceitar a sua permanência. No local, Santa Rita de Cássia serviu a Cristo por quarenta anos. Antes de morrer, no dia 22 de Maio de 1457, a santa teria tido a visão de Jesus e da Virgem Maria.
Uma freira que assistiu a sua passagem disse que a alma da religiosa subiu ao céu acompanhada de anjos. Misteriosamente, os sinos da igreja começaram a tocar sozinhos, enquanto um perfume suave de rosas se espalhou por todo o mosteiro, que se iluminou com luz intensa como se fosse luz do sol.
Rita de Cássia foi beatificada 180 anos depois da sua morte e proclamada Santa 453 anos depois do seu falecimento. Durante 14 anos anteriores à sua partida, ela carregou na testa um estigma, associado à paixão de Cristo.
Os seus restos mortais permaneceram incorruptos ao longo dos séculos e são cultuados no santuário de Cascia, onde foi criado, em 1961, o Santuário de Santa Rita, localizado no Convento de Cássia.
A devoção à Santa Rita de Cássia foi trazida para o Rio, em 1710, pelos portugueses Manuel Nascentes Pinto e sua esposa Dona Antônia Maria, que construíram uma pequena capela particular numa chácara próxima à área urbana.
Ao logo do tempo, o número de devotos aumentou de forma considerável, tendo a imagem da religiosa que ser levada para a Igreja da Candelária – alternando a sua permanência com a capela do casal. A saída por eles encontrada foi construção de uma igreja, dentro do próprio terreno que possuíam. Em seguida, Manuel e Dona Antônia Maria doaram a edificação a uma irmandade que estava formada.
Ao longo do século XVIII, o templo passou por um requintado processo de ornamentação interior, incluindo altares e retábulos, e uma bela pia batismal, feita de diferentes tons de mármore. Ao lado da sacristia, os devotos contavam com uma nascente cuja água era bastante valorizada e onde foi construído um poço, que atualmente não é mais é utilizado.
Em em 30 de janeiro de 1751, o templo virou Igreja Matriz, com a criação da Paróquia de Santa Rita. Durante o século XIX, foram acrescentados alguns painéis a óleo, retratando cenas da vida da religiosa. O templo guarda relíquias de Santa Rita de Cássia e de Santo Lenho, sendo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Com informações do Diário do Rio, Arquidiocese do Rio de Janeiro e site Rio Cidade Maravilhosa.