A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que abrange municípios como Seropédica e Itaguaí, oferece um cenário atrativo para a implantação de fazendas solares, graças ao alto índice de insolação, topografia plana e disponibilidade de conexão à rede elétrica. E além disso, o Estado do Rio de Janeiro, que já possui uma das tarifas de energia elétrica mais elevadas do país, oferece incentivos fiscais para projetos de energia renovável. A presença das milícias, entretanto, tem afastado empresas do mercado fotovoltaico na localidade.
De acordo com informações obtidas pelo Jornal O Globo, funcionários de empresas que estiveram envolvidos em projetos de instalação de usinas solares na região relatam desafios relacionados à atuação destes grupos paramilitares. Os entrevistados da reportagem em questão, destacam a inviabilidade de empreender na região sem o pagamento de uma mensalidade aos criminosos em troca do que eles chamam de “segurança”.
E além da extorsão financeira, as milícias exigem que empresas contratem serviços de suas próprias empresas ou de indicações feitas por eles, abrangendo desde a alimentação dos trabalhadores até serviços de terraplanagem e o aluguel de drones. A abordagem, geralmente sutil no início, pode evoluir para intimidações com homens armados e ameaças cruéis.
Um engenheiro que teve seu nome preservado, liderou a implantação de uma fazenda solar em Seropédica em 2019 e compartilhou suas experiências com a equipe de reportagem do O Globo. Ele contou que os problemas começaram na fase inicial do projeto, durante a busca por terras para arrendamento e construção da usina.
Um analista fundiário terceirizado, que estava fazendo levantamentos nas fazendas, recebeu uma mensagem de WhatsApp questionando sua presença na área, a mensagem insinuava que ele era um estranho na região. Logo após assumir a missão, relatou que uma mulher contratada para fornecer refeições aos trabalhadores da obra foi proibida de trabalhar pela milícia, que exigiu que a alimentação fosse fornecida por uma empresa indicada por eles.
A situação se agravou quando a empreiteira não pagou a mensalidade exigida pela milícia, resultando na invasão da usina solar. Cerca de R$ 1,8 milhão em prejuízos foram causados quando os cabos de conexão de três mil placas solares foram cortados de forma cirúrgica.
E o problema persistiu quando uma funcionária da empresa foi ao local para capturar imagens aéreas da usina concluída com um drone. Um veículo avançou em alta velocidade pelo terreno, ordenando que a equipe parasse e indicando quem deveria fazer as imagens.
E finalizou dizendo que a construção da usina seguiu com a maioria dos serviços subcontratados de empresas de milicianos ou de suas indicações.
Fonte: O Globo
Investiguem a Lapa no Rio de Janeiro. Sábado vi uma cena na parte dos Arcos aonde ficam barraquinhas de comida, que acredito ter sido vários milicianos estorquindo um vendedor.