A Diretoria de Combate e Superação do Racismo, órgão subordinado ao Ministério da Igualdade Racial, protocolou ofícios solicitando informações sobre o caso de agressão e racismo sofridos pelo entregador Max Ângelo dos Santos, de 36 anos, no último domingo (9), em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Os documentos foram protocolados na última terça-feira (11) e enviados a cinco órgãos do Estado. O ministério quer um maior detalhamento sobre os crimes de lesão corporal e injúria por preconceito praticados pela nutricionista e ex-jogadora de vôlei, Sandra Mathias contra o entregador de delivery. Mathias ainda não compareceu à 15ª DP (Gávea) para prestar depoimento.
Ministério Público do Rio de Janeiro; Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro; Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj); Coordenadoria Executiva Municipal de Promoção da Igualdade Racial e Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, do Governo do Estado foram os órgãos acionados pelo ministério cuja titular, Anielle Franco, defende ser de fundamental importância que todas as instituições envolvidas atuem de forma colaborativa no caso. “O Ministério da Igualdade Racial está à disposição de todos os órgãos envolvidos e queremos contribuir e entender como cada um, dentro de suas atribuições e competências pode ajudar na apuração do caso de maneira célere e séria”, garantiu a ministra.
A ministra Anielle Franco lembrou, durante uma sessão da Comissão de Direitos Humanos no Senado, nesta quarta-feira (12), os predicados sociais da agressora e o seu comportamento agressivo reincidente. “Se trata de uma senhora, uma ex-jogadora de vôlei, muito bem estudada, com condição financeira agrediu um entregador e não era a primeira vez que ela foi notificada por isso. Foi um ato gravíssimo e esse PL traz um reforço para que as pessoas entendam que qualquer tipo de racismo é crime”, destacou a ministra, enfocando urgência na equiparação da injúria racial ao crime de racismo.
Atesado médico
Sandra Mathias apresentou, na quarta-feira (12), um atestado médico para justificar a sua ausência na 15ª DP (Gávea), para prestação de depoimento. A delegacia ainda não divulgou uma nova data para que a ex-atleta compareça para prestar esclarecimentos.
O advogado Roberto Duarte Butter, que está à frente da defesa de Sandra Mathias, afirmou que a cliente está com lesões, sem esclarecer quando elas aconteceram, uma vez que ex-jogadora foi flagrada em vídeos atacando fisicamente os entregadores Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza. Nas imagens é possível ver que os trabalhadores não revidam as agressões. Duarte Butter apenas afirmou: “vocês vão se surpreender depois”.
Relembre o caso
Em seu depoimento na 15ª DP, nesta quarta-feira, Max Ângelo firmou que Sandra Mathias teria agredido os entregadores após tê-los visto descansando na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847. De acordo com Ângelo, a ex-jogadora passeava com o cachorro e, ao ver os trabalhadores, cuspiu no chão, na frente dele, logo depois prosseguindo com o cão. Na volta, ao ser questionada por Viviane sobre o motivo da raiva, Sandra Mathias passou a xingar e agredir fisicamente os entregadores. A trabalhadora é a primeira a ser agredida verbalmente e fisicamente, com uma mordida na perna, ao se pendurar em uma grade. Apesar de coagida, Viviane consegue escapar. Max Ângelo, que entrou em ação para que a situação não piorasse, acabou também sendo alvo de injúrias e agressões físicas.
As informações são do jornal O DIA.