O Ministério Público do Trabalho (MPT) quer respostas sobre a situação das pessoas que trabalhavam na fábrica de roupas que pegou fogo na manhã desta quarta-feira (12/02), em Ramos, na Zona Norte. A empresa atendia a escolas de samba da Série Ouro do carnaval carioca preparando vestimentas e fantasias. A fiscalização do MPT esteve no local no período de tarde.
Mais cedo, em nota o MPT informou que “autuou com urgência uma Notícia de Fato (NF) para apurar as condições de trabalho na fábrica onde ocorreu o incêndio”. No local, os funcionários costuravam as fantasias que seriam usadas este ano na Sapucaí. Três agremiações perderam as produções no incêndio desta quarta-feira: Unidos de Bangu, Unidos da Ponte e Império Serrano. A Liga das escolas organizará uma plenária para decidir como será o julgamento durante o desfile.
Alguns moradores, que acompanhavam o trabalho dos bombeiros nesta manhã, explicaram ao jornal “O Globo” que a fábrica funcionava em três andares. O primeiro era onde as fantasias eram feitas, enquanto o depósito ficava nos fundos. Os funcionários que moram distante de Ramos usavam o terceiro como dormitório. Ao todo, 21 pessoas foram resgatadas do incêndio.
Durante o combate às chamas, alguns trabalhadores ficaram do lado de fora da fábrica à espera de notícias. Apesar de terem optado por não dar entrevista, era possível ouvi-los reclamar da estrutura do local. Outros lamentaram a perda das fantasias, reforçando o tempo que haviam dedicado às produções.
Segundo o major do Corpo de Bombeiros do Rio, Fabio Contreiras, o prédio não tinha aprovação da corporação para funcionar: “a fábrica não tinha condição de segurança necessária para o funcionamento. A edificação tem muitos materiais de alta combustão, como plásticos, papéis. Podemos afirmar que não tinha aprovação do Corpo de Bombeiros para aquele trabalho“.