Gilberto Chateaubriand, filho do jornalista e empresário Assis Chateaubriand, morreu de causas naturais enquanto dormia nesta quinta-feira (14), aos 97 anos, na fazenda Rio Corrente, em Porto Ferreira, interior de São Paulo. Uma neta de Chateaubriand estava no local. De acordo com a família o corpo de Gilberto Chateaubriand será trasladado para o Rio de Janeiro, onde será sepultado no cemitério São João Batista, na Zona Sul da cidade. As datas do velório e do enterro ainda não foram comunicadas pelos familiares de Gilberto. As informações são do G1.
Nascido em Paris, em 1925, Gilberto Chateaubriand era diplomata e empresário. Chateaubriand, desde a infância, era apaixonado por obras de arte. Com um acervo de mais de 8 mil obras de artistas brasileiros, ele era o maior colecionador de arte do Brasil.
O acervo do colecionador conta com obras de nomes importantes das artes plásticas brasileira, como: Candido Portinari, Lygia Clark, Lasar Segall, Hélio Oiticica, Iberê Camargo, Lygia Pape e Guignard. Entre as obras colecionadas por Chateaubriand estão o “Urutu” (1928), de Tarsila do Amaral, e telas como “O farol” e “A japonesa”, de Anita Malfatti.
O Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro abriga a maior parte da coleção de Chateaubriand em regime de comodato, desde 1993, quando as peças passaram a ser apresentadas de forma regular ao público e em outras instituições do Brasil e do exterior. A direção do MAM lamentou a morte de Gilberto Chateaubriand, além de destacar que abriga parte do seu acervo, reputado um dos mais importantes de arte brasileira moderna.
Gilberto Chateaubriand teve o seu amor pela arte reconhecido nacional e internacionalmente. Ele foi convidado a integrar os quadros do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e da Fundação Cartier para Arte Contemporânea (França). No Brasil, integrou a comissão administrativa da Fundação Bienal de São Paulo, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e do conselho do Paço Imperial.
Fazenda e Espaço Cultural em Porto Ferreira
Morando há mais de 40 anos na cidade de Porto Ferreira, no interior de São Paulo, Gilberto Chateaubriand cultivava soja e cana-de-açúcar na fazenda Rio Corrente, onde passava a maior parte do tempo na companhia de outra paixão: os cachorros. Seu filho, Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand, finaliza a construção de um instituto cultural que levará o nome do pai e que será sediado na fazenda, que abriga uma pequena parte da coleção de Gilberto. A instituição contará com mais de 630 quadros e esculturas, sendo 500 de artistas contemporâneos – hoje no MAM, e mais 130 de pintores do século XX. O colecionador tinha também um apartamento no Leblon, na Zona Sul da capital fluminense.
A prefeitura de Porto Ferreira inaugurou, em 2013, o Espaço Cultural Gilberto Chateaubriand Bandeira de Mello, onde se encontra a obra de arte “Pindorama Lounge”, do artista carioca Bob N. A peça é uma releitura de quatro obras do “modernismo brasileiro”.