Morre José Luiz de Magalhães Lins, banqueiro e patrocinador do Cinema Novo

José Luiz tinha 93 anos e tratava uma pneumonia. Segundo a família, ele morreu de causas naturais, nesta sexta-feira (3), às 14h20

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José Luiz de Magalhães Lins / Wikipédia

O banqueiro e financiador do Cinema Novo, José Luiz de Magalhães Lins, morreu nesta sexta-feira (3), aos 93 anos, no Rio de Janeiro. Lins tratava de uma pneumonia e faleceu em sua casa, às 14h20. A Folha de S. Paulo reportou que, segundo a família, José Luiz teria morrido de causas naturais.

“Ele partiu há pouco e teve uma passagem pacífica. Estamos consternados, porém em paz”, afirmou ao jornal, José Antonio Magalhães Lins, filho do banqueiro.

Natural da cidade de Arcos, em Minas Gerais, Magalhães Lins trabalhou no Banco Nacional de Minas Gerais, onde começou, em 1948, como escriturário. Com dedicação e esforço chegou ao posto de diretor-executivo da instituição, que se tornou o segundo maior banco privado do Brasil.

Homem de trato agradável, estabeleceu boas relações com empresários, jornalistas, militares, atletas, artistas e políticos. Em 1963, José Luiz liderou a campanha de João Goulart pela volta do presidencialismo, além de ter participado das articulações do golpe militar no ano seguinte. Em 1968, o banqueiro livrou o anjo de pernas tortas: Garrincha, da cadeia, pelo não pagamento da pensão da ex-esposa e das filhas. Lins assinou um cheque e pediu a seu assessor para pagar a dívida do jogador.

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Discreto em suas ações, José Luiz de Magalhães Lins ficou conhecido por investir nas produções do Cinema Novo, movimento cinematográfico nacional dos anos 1960 e 1970, criado pelo baiano Glauber Rocha.

Entre as obras financiadas por Lins estão clássicos, como: “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “Terra em Transe”, de Glauber Rocha; “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos; “Os Fuzis”, de Ruy Guerra; “A Grande Cidade”, de Cacá Diegues; entre outros.

Amante das artes plásticas e da literatura, Magalhães Lins patrocinou o prêmio literário Walmap, a editora Civilização Brasileira e o jornal Pif-Paf, de Millôr Fernandes.

Segundo a Folha de São Paulo, a atuação diversa do banqueiro representou um grande percalço para Serviço Nacional de Informações (SNI), que não conseguia definir a “posição ideológica” do banqueiro, durante os governos militares. Em 1979, o órgão produziu um relatório no qual escreveu que “os registros não permitem opinião conclusiva”.

As informações são da Folha de São Paulo.

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