MPF notifica Ibama a devolver girafas do BioParque para a África do Sul

Até que o destino das girafas seja definido, elas ficarão sob os cuidados do Ibama no galpão em Mangaratiba

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Girafas do Bioparque em resort de Mangaratiba (Foto: Reprodução)

O Ministério Público Federal (MPF) notificou, na última sexta-feira (28/01), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a devolver as 15 girafas importadas da África do Sul pelo BioParque. O MPF quer que o Ibama suspenda todos os processos de importação de animais da fauna exótica ainda não concluídos, até que haja a revisão dos protocolos administrativos internos de emissão de autorizações.

A recomendação foi expedida em procedimento que apura a ocorrência de maus-tratos e a importação ilegal de 18 girafas da África do Sul, por parte do zoológico do Rio. Três girafas morreram após fugirem do local cercado em que foram presas, no Hotel Resort Safari Portobello, em Mangaratiba (RJ). As outras 15 estão confinadas desde o dia 11 de novembro de 2021 em baias de 30 metros quadrados, no mesmo local. Fiscais do Ibama e agentes da Polícia Federal estiveram no hotel no último dia 26 de janeiro e constataram a ocorrência do crime de maus tratos contra os animais.

Segundo o MPF, além das girafas, o BioParque do Rio de Janeiro já havia iniciado os procedimentos para importação de 18 impalas e 15 zebras, também da África.

Na avaliação do Ibama, nenhum zoológico ou parque do Brasil tem capacidade para receber todo este grupo. Mas ainda não se sabe para onde exatamente as girafas serão devolvidas. Até que o destino das girafas seja definido, elas ficarão sob os cuidados do Ibama no galpão em Mangaratiba.

Um laudo feito por veterinários contratados pelo BioParque apontou que a causa das mortes das três girafas foi miopatia, uma condição que pode ser provocada por estresse. Desde a morte das três girafas, há mais de 40 dias, as outras 15 não fizeram mais passeios ao ar livre.

Ibama se contradiz

Oficialmente, o responsável pela compra das girafas é o BioParque, o antigo zoológico do Rio de Janeiro. A importação de animais por zoológicos é permitida no Brasil – mas, de acordo com uma portaria do Ibama, eles não podem ter sido capturados na natureza.

Só que na licença emitida pelo próprio Ibama, todas as girafas receberam o mesmo código: “w”, de “wild”, “selvagem” em inglês. Esse código foi criado por uma convenção internacional que classifica a origem dos animais – e “w” significa justamente “animais retirados da natureza”.

Segundo um parecer assinado pelo fiscal do Ibama que fez a vistoria nesta semana, a análise técnica que autorizou a importação dos animais foi negligente, incompetente ou ingênua. E o analista ambiental que concedeu a licença desconsiderou a legislação vigente, inclusive a da própria instituição.

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1 COMENTÁRIO

  1. Boa matéria da equipe do Diário do Rio.

    Como sabem, nem animais de quarto patas de criadouros sou a favor que o bicho homem mantenha, quanto mais esses inocentes arrancados da natureza.

    Sobre a condição de estresse que teria vitimado as três girafas, vídeos do Discovery ou do Animal Planet (não lembro) já teve episódio justo apresentando animais que por terem sido retirados de um local da natureza para o outro, também na natureza, mas em outro parque na África, e morreram… agora imagina retirar da natureza e colocá-los em baias de 30m2.

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