O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu à Justiça a quebra do sigilo dos dados de três telefones celulares, de um tablet e de um computador apreendidos no apartamento do prefeito afastado do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos). Como justificativa, o MPRJ afirma que Crivella “tem atuado de forma a obstruir, sorrateiramente, o acesso a provas, inclusive por meio de expedientes maliciosos“.
Para o MPRJ, há indícios suficientes indicando que Crivella teve informações privilegiadas da segunda fase da Operação Hades, que ocorreu em 10 de setembro, quando o então prefeito foi alvo de busca e apreensão. A primeira etapa foi deflagrada em março.
Os promotores destacam que na manhã da operação, um porteiro revelou que Crivella havia acabado de chegar em casa. Junto ao pedido, o MPRJ anexou imagens das câmeras da portaria do condomínio de Crivella, que mostram que ele havia chegado em sua casa poucos minutos antes das equipes policiais.
Eles também apontam que, surpreendentemente, em poucos minutos dois advogados chegaram. Isso indica que eles já estavam ‘a postos’ nas imediações da casa de seu cliente e prontos para atendê-lo. Os promotores destacam que a circunstância é inusitada, levando em conta o horário.
Os aparelhos que o MPRJ pede a quebra de sigilo foram apreendidos no último dia 23 de dezembro, antes de Crivella seguir para prisão domiciliar. Ele foi preso no dia 22 em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o MP-RJ, em operação que investiga um “QG da Propina” na Prefeitura do Rio.
