A síndrome de Burnout foi reconhecida, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como doença ocupacional desde 1º de janeiro de 2022. Esse distúrbio emocional se dá pelo esgotamento físico e mental intenso, provocado por situações de alto estresse no ambiente de trabalho. De acordo com um levantamento da International Stress Management Association (Isma), o Brasil é o segundo país com mais casos de Burnout, ficando atrás somente do Japão, onde 70% da população é atingida.
Segundo o Dr. José Fernandes Vilas, especialista em neurologia e psiquiatria clínica, existem algumas razões para o desenvolvimento do Burnout e uma delas pode se dar a troca da gestão em uma empresa, já que mudanças significativas no ambiente de trabalho podem causar estresse e ansiedade nos funcionários, e levar a uma variedade de problemas de saúde mental.
“A mudança na gestão pode criar incertezas e inseguranças nos funcionários, especialmente se houver uma mudança significativa na cultura da empresa ou na estrutura organizacional. Isso pode levar a um aumento no estresse e ansiedade, o que pode levar a Burnout”, explicou.
O especialista explica que a mudança na gestão pode contribuir para o Burnout porque pode levar a uma mudança na cultura da empresa, de forma que afeta como os funcionários se relacionam com seu trabalho e uns com os outros, além do possível aumento na carga de trabalho, especialmente se houver uma reorganização da estrutura da empresa.
“Se os funcionários se sentem desconectados com a nova cultura ou não recebem apoio da nova gestão, isso pode levar a sentimentos de isolamento e sobrecarga, e muitas vezes podem ter que aprender novos processos e sistemas, o que leva a um aumento no estresse e ansiedade”, complementou.
O psiquiatra recomenda que as empresas considerem a implementação de programas de bem-estar e gestão de estresse para ajudar os funcionários a lidar com o aumento dos problemas causados pelo excesso de trabalho e pressão e, que a nova liderança forneça suporte aos funcionários. Além de trabalhar em programas de bem-estar, vale lembrar da importância de se oferecer benefícios essenciais, como vale-alimentação e vale-refeição.
“A comunicação clara e frequente é crucial, os funcionários precisam saber o que está acontecendo e o que esperar. A nova gestão também precisa fornecer treinamento e apoio para ajudar os funcionários a se adaptarem às mudanças. Os programas de bem-estar podem incluir atividades como ioga, meditação e terapia, que podem ajudar os funcionários a relaxar e lidar com o estresse”, concluiu.