No sábado, (04/06), das 13h às 17h, será inaugurada a grande exposição coletiva “Nem sempre dias iguais”, com obras das artistas cariocas Bárbara Copque, Cláudia Lyrio e Yoko Nishio, no Palácio do Catete, Museu da República. Com curadoria de Isabel Portella, a mostra ocupa as três salas de exposições temporárias do Palácio com cerca de 68 obras, dentre pinturas, desenhos e fotografias, produzidas durante o isolamento social.
Os trabalhos tratam de temas cotidianos, para além da pandemia, como o nosso contato com o mundo através das telas, as relações interpessoais e o excesso de informações e imagens fragmentadas do nosso dia a dia. “Os trabalhos resultam dos afetos provocados pelo período pandêmico em nossas pesquisas individuais”, dizem as artistas.
Antropóloga, a artista Bárbara Copque sempre teve a rua como interlocutora. Durante o isolamento social, no entanto, a porta passou a ser o seu contato com a rua, e ela produziu cerca de 800 fotografias a partir do olho mágico da porta de sua casa. Quinze destas fotografias, com 6,5cm de diâmetro para que o público também tenha a sensação de estar vendo através de um olho mágico, serão apresentadas na exposição.
Com obras em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a dois metros de altura, a artista Cláudia Lyrio apresentará sete desenhos/pintura da série “Manuscritos de Si”, que relacionam imagem e escrita. Com textos autorais, cada tela pode ser vista como a página de um livro, com escritas em tinta acrílica, grafite, carvão, etc., com colagens de papel, tela e fitas. Nas telas, é possível ler os manuscritos, mas também pode-se ler a obra enquanto grafismo, textura e escala.
Isolada na casa de sua mãe, sem acesso a nenhum material artístico, nem mesmo papel, a artista Yoko Nishio começou a desenhar na própria mão com caneta esferográfica durante o início da pandemia, em trabalhos que fotografava e compartilhava com os amigos. Com centenas de fotos, a artista escolheu as 30 imagens feitas durante o mês de abril de 2020 para mostrar na exposição.
“Barbara Copque, Cláudia Lyrio e Yoko Nishio – três artistas que traduziram suas vivências durante a pandemia a partir de diferentes poéticas. São olhares que desafiam o medo e a angústia, criando possibilidades de fuga. Independente do momento, sempre existirá resistência, procura, erros e acertos. Mas certamente sempre haverá essa luta entre a luz e a escuridão, entre o medo e o prosseguir, que leva a propostas e entendimentos incríveis. É o que define a superação criativa, tão inerente ao feminino”, afirma a curadora Isabel Portella.
Serviço: Nem sempre dias iguais
Abertura: 4 de junho de 2021, das 13h às 17h
Exposição: até 25 de setembro de 2022
Local: Palácio do Catete, Museu da República – Rua do Catete, 153
Telefone: (21) 2127.0324
Dias: De terça a sexta, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h.