O projeto Manguezal da Lagoa, do biólogo Mario Moscatelli, realizou um mutirão de limpeza, neste sábado (24/09), que recolheu meia tonelada de lixo e promoveu a conscientização para a preservação do meio ambiente. A ação teve a participação da Comlurb e o apoio da Águas do Rio.
A ação retirou das margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, entre outros resíduos, tampinhas, sacolas plásticas, e até uma bandeja de lava-louças. O descarte irregular não só mancha a imagem de um dos pontos turísticos e de lazer mais importantes do Rio de Janeiro, como acaba com a vida de inúmeras espécies que habitam o local.
“Esse mutirão foi convocado para conscientizar as pessoas. Precisamos de uma postura individual e coletiva, e infelizmente uma parcela da população não colabora. Há 30 anos, víamos um mar de lixo, hoje de fato houve uma melhora, até por conta do trabalho da Comlurb e da nossa equipe apoiada pela Águas do Rio, fazendo a gestão dos manguezais. Mas ainda verificamos que nos finais de semana muito lixo é jogado pelas pessoas que frequentam o espaço. Quem paga por isso é o meio ambiente e a nossa qualidade de vida”, lamenta o biólogo Mario Moscatelli.
Presente na ação após ver a convocação na imprensa, o cineasta Guilherme Ribeiro enxerga a iniciativa como uma forma de retribuição.
“Estamos aqui, vivos, por causa do meio ambiente e tudo que ele nos fornece. Participar dessa ação é retribuir o mínimo que ele nos dá. Além disso, esse lugar é fantástico, recebe pessoas de todas as idades. Vi muitas crianças observando a gente recolhendo lixo e com certeza isso é uma lição que elas levarão para suas vidas. Todas as pessoas deveriam se mobilizar, ou ao menos não jogar lixo fora da lixeira. Nosso futuro e natureza agradecem”, disse.
Desde o início de 2022, o projeto já retirou mais de 130 toneladas de lixo da Lagoa, o que tem colaborado para a recuperação do ecossistema, que também passa por uma transformação hídrica. A mudança do cenário local tem a contribuição de uma série de intervenções da Águas do Rio, como a revitalização e modernização das estações elevatórias da Lagoa, bombeamento, que evitam o desague de esgoto sem tratamento, além das operações de fiscalização para a identificação de despejo irregular de esgoto no entorno da Lagoa.
“Hoje vemos água limpa escoando das galerias pluviais. Há três décadas esse sistema era utilizado para despejar esgoto. Agora vemos a biodiversidade, uma série de animais que não existiam por aqui. A luta pela Lagoa se otimizou a partir do ano passado quando a Águas do Rio assumiu a gestão do saneamento. Hoje trabalhamos afinados. Quando a nossa equipe, a partir do projeto Manguezais da Lagoa, observa qualquer lançamento de líquido que não seja água limpa, aciona a concessionária, que imediatamente verifica”, explica Moscatelli.