Nesta quinta-feira (12), foi celebrado o Natal Social do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na área externa do complexo do Judiciário fluminense, no Centro da capital. O evento contou com a presença de centenas de moradores de rua. Na ocasião, também foi comemorado o dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Durante o evento, foram distribuídas mil quentinhas, pastéis e caldo de cana.
A cerimônia de abertura, às 9h da manhã, teve uma apresentação musical da soprano Juliana Sucupira, que cantou os clássicos “Ave Maria” e “Noite Feliz”. Em seguida, o Monsenhor Sérgio Costa Couto presidiu a Sagrada Liturgia da Palavra, e o desembargador José Muiños Filho fez uma breve palestra sobre inclusão social na cidade. O presidente do TJRJ, o desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, prestigiou o encontro.
Um dos organizadores do evento, o Padre Marco Lázaro, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (ArqRio), comentou que a reunião foi uma oportunidade de celebrar um Natal “vivo”.
“A pobreza e a fome são problemas locais, mas nós queríamos dizer a cidade que eles existem e devemos enfrentá-los, mas com esse olhar de esperança. Então, o objetivo é fazer, no Centro do Rio, o Natal vivo dizendo, ‘olha, temos problemas, mas Jesus vai nascer e nós vamos trabalhar essa superação de maneira coletiva’, com essa união de todas as pessoas, de todas as classes, de todas as raças, de todos os Poderes, como o Poder Judiciário, na nossa representação da sociedade civil”, destacou o sacerdote.
A desembargadora Lidia Sodré ressaltou que a realização desse tipo de evento fraternal é importante para o TJ, por permitir uma mudança na perspectiva dos seus integrantes, contribuindo para a formação de um olhar mais humanizado.
“A população de rua precisa de muito auxílio, de um olhar especial para eles, pois, não raro, acabam sendo abandonados. Então, esse é o objetivo, a integração do Tribunal de Justiça com a população de rua, fazendo com que tenhamos um olhar mais social e não só jurídico da necessidade dessas pessoas”, disse a magistrada.
Nascida em Mesquita, na Baixada Fluminense, Marivalda, de 49 anos, foi uma das moradoras de rua que participou do evento. Para ela, a possibilidade de diálogo e esclarecimento promovidos pelo encontro foi de grande importância, já que pessoas na sua condição não encontram quem as escute.
“As pessoas vão conversar e quem quiser tirar dúvida, tira dúvida, quem não quiser tirar, fica quieto. O diálogo é tudo, se não tiver diálogo, não tem comunicação”, afirmou Marivalda.
A Oração Franciscana foi rezada ao final do evento. Ao meio-dia, foi realizada a distribuição dos almoços.