Uma selva de pedra, é assim que moradores e pessoas que passam pelo Rio Comprido têm apelidado o Viaduto Paulo de Frontin, que corta o bairro até chegar ao Túnel Rebouças. O nome, supostamente carinhoso, seria por conta da vegetação na parte inferior, com direito a mudas de árvores de cabeça para baixo e até cipó, bem próximo da saída da Rua do Bispo, uma das principais do bairro.
Mas, o que parece corriqueiro traz à memória a queda do elevado, ocorrida na década de 70, onde mais de 40 pessoas morreram quando ainda estava em obra. “Hoje em 2023, 52 anos após o acidente, o elevado agoniza com falta de manutenção. Plantas e raízes causam fendas aumentando os danos e moradores de rua estão queimando fios aos pés das pilastras agravando o risco“, relata o fotógrafo Mauro Silva, que flagrou arbustos.
A situação, segundo moradores, ocorre há semanas, sem que a Prefeitura do Rio intervisse. A equipe do DIÁRIO DO RIO esteve no local na terça-feira e constatou a vegetação saindo de frestas da parte inferior do viaduto. A Secretaria Municipal de Infraestrutura alega que realiza ações em vários trechos, incluindo a retirada de vegetação, análise e atuação “em pontos com risco de desprendimento de material, além da recuperação e encamisamento de pilares”.
Além disso, o órgão garantiu, em nota, que não há risco nos viadutos e que as equipes técnicas atuam com vistorias e manutenções rotineiras, sendo gastos R$ 6 milhões na manutenção de viadutos da cidade. Uma das últimas ações teria sido realizada na madrugada de quarta-feira, com auxílio da Comlurb.
Sobre a presença de mendigos e pessoas hostis, a Prefeitura informa que Secretaria de Ordem Pública (Seop) realiza, diariamente, ações de ordenamento e acolhimento às pessoas em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro e embaixo do viaduto Paulo de Frontin.
Após o DDR procurá-los, a equipe esteve no local, na tarde de quarta-feira, para realizar ações de ordenamento. Desde que a SEOP iniciou as ações em julho de 2022, foram apreendidas 2.392 facas e materiais perfurocortantes, 1.976 materiais para consumo de drogas e 11 simulacros em toda a cidade.
Poderiam fazer um parque embaixo do Paulo de Frontin. Já tem parte da estrutura pronta. Ficaria ótimo um espaço de lazer ali embaixo.