Negros e pardos morreram 4,7 vezes mais do que brancos em ações da polícia

Números do Instituto de Segurança Pública do RJ mostram o total de vítimas fatais em operações do Estado nos últimos 15 anos

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Operação policial no Rio de Janeiro (Foto: PMERJ)

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, nos últimos 15 anos, pessoas negras e pardas morreram 4,7 vezes do que brancas em ações da polícia no Estado do Rio. O levantamento divulgado pelo G1, revela ainda que os negros e pardos representam 72% de todas as vítimas fatais causadas por intervenção de agentes do Estado no período.

De acordo com a análise do ISP, entre janeiro de 2006 e março de 2021, o número de mortes de cada cor/raça foi de:

  • 6.818 (Parda);
  • 3.804 (Negra);
  • 2.268 (Branca);
  • 4 (Amarela);
  • 2 (Índio);
  • 1 (Albino).

Ao todo, foram 14.726 óbitos causadas por intervenção das forças de Segurança nesse período. A identificação da cor/raça das vítimas não foi realizada em 1.829 casos. De todos os óbitos, 93,7% eram homens.

Em nota, a Polícia Militar negou que suas operações tenham conotação racial e diz que os dados do ISP apenas refletem o “quadro histórico de desigualdade social, no qual os afrodescendentes têm ocupado a maior parcela da população vulnerável e, consequentemente, mais propensa a ser cooptada pelo crime organizado“. (Veja a íntegra do comunicado abaixo).

Entre janeiro de 2020 e março de 2021, a parcela de negros e pardos mortos durante intervenções do Estado chegou a 76,6%. O grupo morreu 6,5 mais vezes do que pessoas brancas nessas circunstâncias.

Os números indicam que as vítimas negras e pardas chegaram a 1.301 nesse período, enquanto as brancas não passaram de 200.

Foram 843 vítimas pardas e 458 negras. As intervenções de agentes do Estado causaram ao todo 1.699 mortes nestes 14 meses. A cor/raça das vítimas não foi identificada em 198 casos.

Veja os municípios que tiveram mais mortes nesse período:

  • Rio de Janeiro – 577
  • São Gonçalo – 269
  • Duque de Caxias – 121
  • Belford Roxo – 111
  • São João de Meriti – 72

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar esclarece que a lamentável revelação do Instituto de Segurança Pública (ISP) reflete um quadro histórico de desigualdade social, no qual os afrodescendentes têm ocupado a maior parcela da população vulnerável e, consequentemente, mais propensa a ser cooptada pelo crime organizado.

Não há, portanto, qualquer viés racial na atuação da Polícia Militar na sua missão de combater criminosos armados. Vale lembrar que a Corporação foi uma das primeiras instituições públicas do país a ser comandada por um negro e hoje mais da metade de seu efetivo de praças e oficiais é composto por afrodescendentes.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Gente, vamos refletir um pouco – a PM e oi sistema de justiça criminal lidam com consequencias de coisas que não foram geradas por eles. Essa situação atual é o resultado do abandono na epoca do fim da escravidão. Policiais não saem de casa pensando, “qtos crioulos eu vou matar hj?”
    E a imprensa irrefletidamente, prefiro crer assim, repete isso como se a PM fosse racista.
    Cadê o trabalho do governo pra mudar o futuro dessa juventude, que inclui, por sinal, varios “brancos”.
    Enquanto o ensino fundamental não for no mínimo otimo, com refeições e esporte, tempo integral, não há esperança.

  2. O traficante cheio da grana, o cabeça, ele vive entre os brancos, onde não da dor de cabeça pra ninguém, ele não quer confusão. O traficante pequeno que cuida da boca vive entre negros e pardos, principalmente na favela, onde o território é fechado de dificuldade de acesso e vista panorâmica onde ele consegue ver tudo. Quem mora nesses lugares: negros e pardos, a maioria. O Estado não tem acesso pra fazer as melhoria que esse povo necessita, pra entra tem haver confronto e quem se mal com tudo isso são os moradores do lugar, negros e pardos.

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