De acordo com investigações às quais o jornal O DIA teve acesso, os jovens que foram alvos da Operação Bergon, que investigou conversas sobre ideologia nazista e discursos de ódio na Internet, também se articulavam em treinamentos militares, com recrutamentos, e planejavam a possibilidade de atos de violência. O campo de treinamento era no Mendanha, em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Um dos alvos de busca e apreensão, de apelido Mengele NS (em referência a um carrasco nazista), falou em realizar treinamentos militares no Parque do Mendanha.
Em suas redes sociais, Mengele NS, que é ex-militar, diz que o treinamento seria uma espécie de escotismo, mas as mensagens de áudio no grupo mostram claramente o real objetivo. “(…) a gente tem treinamento no Mendanha o dia inteiro, todo final de semana, toda sexta-feira a gente tá lá de missão pô, é só tu aparecer pô”. Em outra mensagem, ele diz que o treinamento é para realizar “grupos de combate urbano”.
Agentes da Dcav e do Ministério Público estiveram no local de treinamento antes e durante a operação. Na casa de Mengele, dentro de uma comunidade da Zona Oeste, foram apreendidas fardas e desenhos nazistas.