No Rio de Janeiro acontece um caso de violência contra mulheres a cada 24 horas; apenas seis municípios da Região Metropolitana têm delegacias de apoio à mulher

São 22 cidades na Região onde vivem mais de 11 milhões de pessoas

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Foto: Febrasgo

Dez de outubro é o Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher. O Boletim Elas Vivem: dados da violência contra as mulheres, da Rede de Observatórios da Segurança, mostra que o Rio de Janeiro apresentou alta de 45% nos casos de violência contra a mulher no ano de 2022 em relação a 2021. Um crime contra mulheres é registrado a cada 24 horas. Na Região Metropolitana do Rio, a área mais populosa do estado, que conta com 22 cidades, apenas 6 municípios têm delegacias totalmente voltadas à investigação e ao combate a esses crimes. Três dessas ficam na capital.

Ao todo, o estado do Rio de Janeiro tem 14 Delegacias de Atendimento à Mulher, as Deam. Estão localizadas na Região Metropolitana as seguintes: Deam Belford Roxo: Avenida Retiro da Imprensa, 800 – Piam; Deam Campo Grande: Estrada do Piai, Quadra 84, Lotes 7 e 8 – Pedra de Guaratiba; Deam Centro: Rua Visconde do Rio Branco, 12 – Centro do Rio; Deam Duque de Caxias: Rua General Dionísio, s/n, 3º andar – Jardim Vinte e Cinco de Agosto; Deam Jacarepaguá: Rua Henriqueta, 197 – Tanque; Deam Niterói: Avenida Ernani do Amaral Peixoto, 577, 3º andar – Centro; Deam Nova Iguaçu: Avenida Governador Amaral Peixoto, 950 – Centro; Deam São Gonçalo: Avenida Dezoito do Forte, 578 – Mutuá e Deam São João de Meriti: Avenida Doutor Arruda Negreiros, s/n, 3º andar – Engenheiro Belford.

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, criada em 1974, passou por muitas mudanças e hoje conta com 22 municípios. Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, Queimados, Seropédica, São Gonçalo, São João de Meriti, Tanguá, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e a capital do estado. Mais de 11 milhões de pessoas vivem nessas cidades.

As demais Delegacias de Atendimento à Mulher ficam em: Angra dos Reis: Rua Doutor Coutinho 6 – Centro; Cabo Frio: Avenida Teixeira e Souza, s/n – São Cristóvão; Campos dos Goytacazes: Rua Barão de Miracema, 231 – Centro; Nova Friburgo: Avenida Presidente Costa e Silva, 1.051, 3º andar – Vila Nova e Volta Redonda: Avenida Lucas Evangelista, 667, 3º andar – Aterrado.

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Segundo o estudo Elas Vivem, foram 375 casos de feminicídio e violência contra a mulher em um ano no Rio de Janeiro, e 456 tipos de violência (há situações em que pode acontecer mais de um tipo de violência por ocorrência). O boletim mostrou, ainda, que no estado do Rio houve um crescimento de 18% das agressões no intervalo de 12 meses: passou de 318 casos em 2020, para 375 em 2021. No RJ houve uma tentativa de morte de mulheres a cada dois dias.

De acordo com o levantamento, as três principais alegações para os crimes são brigas (21%), término de relacionamentos (14%) e ciúmes (8%).

Paula, de 27 anos, que recentemente passou por um episódio de violência depois de ter terminado um namoro, afirma que “quando denunciamos uma agressão, pode ter certeza que já vivenciamos isso antes. Requer coragem para denunciar um homem sabendo que o registro da sua ocorrência vai ser feito por um homem, são policiais homens que vão te levar para o exame de corpo de delito. Isso já coloca a mulher que acabou de ser agredida em uma posição muito desconfortável. Quando precisei denunciar, tive contato com seis policiais homens e apenas uma sargento mulher. Ela me acompanhou durante todo o processo, o que foi bom. Mas você não se sente amparada. Confesso que a patrulha que checa se está tudo bem com a vítima e se a medida protetiva está sendo respeitada pelo agressor acaba desempenhando um papel melhor quando falamos de acolhimento, porque quem vem até a sua residência é uma mulher. Ainda me choca que tenhamos que passar por tantos homens após sermos agredidas por um. Não é a mesma empatia, você ainda precisa se provar mesmo com marcas no corpo e a gente sente isso na pele e no emocional”.

Procurado, o Governo do Estado do Rio de Janeiro não respondeu à reportagem do DIÁRIO DO RIO se pretende aumentar o número de delegacias especializadas em crimes contra mulheres.

A Polícia Civil informa que “o Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM) tem por finalidade nortear a política interna de atendimento às mulheres alinhada à Missão, Visão e Valores da Secretária de Polícia Civil do Rio de Janeiro, em especial integrando aos valores as parcerias com instituições voltadas para o atendimento à mulher, seja na área da Justiça, Assistência , saúde, educação e outras, bem como coordenar as atividades desenvolvidas pelas DEAMs. Capacitar e sensibilizar os Policiais Civis que atuam no atendimento às mulheres é o ponto de partida para a garantia de um atendimento humanizado e que evite a vitimização secundária, garantindo um inquérito célere e atuação integrada com os demais serviços da rede“.

A Rede de Observatórios da Segurança indica alguns lugares de apoio às mulheres na Região Metropolitana do Rio de Janeiro:


CENTRO DE DEFESA DA VIDA IRMÃ HEDWIGES ROSSI – CDVIDA
Sobre: Projeto pioneiro de prevenção e enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher na Baixada Fluminense.
Como pedir ajuda lá: O atendimento funciona de segunda à sexta, das 10h às 16h
Telefone: 21 3774-3993 / 21 969372152
E-mail: cdvida_defesadavida@hotmail.com/ contato@cdvida.org.br
Rede social: https://www.facebook.com/
CDVidacentrodefesadavida/ e @cdvida_defesadavida
Endereço: sigiloso


CIAM MARCIA LYRA
Sobre: Os Centros de Atendimento à Mulher oferecem atendimento psicológico social e acompanhamento jurídico às vítimas de violência física, moral, psicológica, patrimonial e sexual. Além do CIAM Márcia Lyra, no Centro do Rio, há centros em Queimados, Itaguaí, Japeri e Nova Iguaçu, na Região Metropolitana, e nos municípios de Natividade e Miguel Pereira.
Como pedir ajuda lá: Funciona de 2ª a 6ª feira, das 10h às 17h.
Telefone: (21) 2332-7200
E-mail: ciam@cedim.rj.gov.br
Endereço: R. Regente Feijó, 15 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

CIAM BAIXADA
Sobre: O CIAM Baixada faz o acolhimento de mulheres em situação de violência.
Como pedir ajuda lá: O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Telefone: 21 3773 3287 / 2698 6008
E-mail: ciambaixada@yahoo.com.br
Endereço: Rua Terezinha Pinto 297 – 2° andar – Centro, Nova Iguaçu/RJ


CENTRO ESPECIALIZADO DE ATENDIMENTO À MULHER IDACILDE DO PRADO LAMEU
Sobre: Oferece atendimento psicológico social e acompanhamento jurídico às vítimas de violência física, moral, psicológica, patrimonial e sexual.
Como pedir ajuda lá: Atendimento presencial, das 8h às 17h.
Telefone: 021 2773-1896
Endereço: Alameda Rui Barbosa, s/n, quadra 17, lote 08.
Jardim Primavera – Duque de Caxias

CENTRO DE REFERÊNCIA DE ATENDIMENTO À MULHER
Sobre: Organização que presta apoio gratuitamente a mulheres em situação de violência.
Como pedir ajuda lá: De segunda a sexta, de 8h às 17h.
Telefone: 2761-6604 / 2761-6700
Endereço: Avenida Joaquim da Costa Lima, número
2490, Santo Amelia – Belford Roxo

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