No Rio de Janeiro, médico cria projeto para doar transplante capilar; Dr. Joel Lacerda comenta iniciativa

A ideia surgiu durante a pandemia, quando o Dr. Joel Lacerda acompanhou a rotina de trabalho dos profissionais da saúde que atuavam na linha de frente

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Foto: Divulgação

A queda de cabelo pode acontecer por diversos motivos: doenças endócrinas, predisposição genética, falta de nutrientes no organismo, alterações hormonais, estresse, entre outros. Os fios são sinônimo de confiança para homens e mulheres, e a perda deles pode afetar a autoestima. Em homens, por exemplo, a perda capilar acontece na parte frontal da cabeça, e muitos deles recorrem aos transplantes para repor os fios perdidos.

Para ajudar aqueles que têm enfrentado o problema e não podem custear o tratamento, o Dr. Joel Lacerda, médico cirurgião de transplante capilar, criou um projeto social no Rio de Janeiro. O objetivo inicial era atender profissionais da saúde com um transplante capilar, de forma gratuita. Depois, a iniciativa se estendeu à outras profissões.

“Nosso projeto nasceu na pandemia. Ficamos comovidos com os profissionais de saúde que, naquele período, chegavam em casa e não podiam sequer ter contato com a família, porque estavam na linha de frente. Então, pensei em contemplar essas pessoas com o transplante capilar gratuito”, contou.

“Na época, fiz o tratamento em técnicos de enfermagem e enfermeiros. Foi um sucesso. Pelo ponto de vista emocional, minha equipe gostou muito e ficamos felizes. Então, pensei em estender e abri uma votação nas redes sociais para saber qual seria a classe trabalhadora contemplada na próxima edição. Depois disso, até hoje o projeto está em vigor e os próximos beneficiados serão os barbeiros”, acrescentou.

Quanto ao projeto, o Dr. Joel conta que, para o paciente, não há custo algum. Despesas como translado, hospedagem e alimentação, são custeadas pelo médico. A iniciativa só contempla brasileiros, mesmo que estejam fora do país, e dentro da classe de profissionais escolhida para o momento.

“Depois do procedimento, o paciente levará a medicação do pós-operatório, receituário para tratamento, assim como os demais que passam pela clínica e não são do projeto. Lançamos na internet a votação para o público definir qual será a profissão da vez. Depois, os candidatos enviam um e-mail ou carta com suas histórias. Não acontece como sorteio, e usamos critérios pré-definidos: quem não poder pagar e a forma que essa calvície impacta essa pessoa na autoestima. Fazemos a análise e pegamos o paciente que, por exemplo, não tira o boné por conta da calvície”, contou.

Até agora a iniciativa do Dr. Joel Lacerda já atendeu, além dos profissionais de saúde, segurança, motoristas, motoboys, professores, terapeutas ocupacionais e pessoas com cicatrizes de infância. Nesse último caso, independentemente da profissão. O médico explica que a história do paciente é fundamental para a escolha dele para o tratamento, pois a calvície causa impactos no cotidiano.

“A perda dos cabelos mexe com a autoestima da pessoa. É muito sério o que está por trás disso. Muitos homens, quando ficam calvos, pensam ter ficado velho, e logo, associam a perda da potência, da força, e deixa de se admirar. É algo que abala o psicológico da pessoa. Alguns ficam bem resolvidos, e outros não conseguem sair sem boné ou se olhar no espelho. Então, a calvície causa um impacto muito forte, tanto na saúde física, quanto na mental”, comentou.

“Muitos homens, após o transplante, começam a se cuidar e fazem até mesmo, harmonização. Eles dizem que não se incomodavam, mas tinham um incômodo sim. Quando passam pelo transplante, começam a cuidar da saúde, vão à academia, se alimentam melhor, ganhando mais qualidade de vida. Muitos saem até da depressão”, concluiu.

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