A partir da próxima segunda-feira (26/08), a Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, passará por uma nova etapa de naturalização, desta vez focada no trecho do Parque dos Patins. A intervenção abrangerá uma área de 850 metros quadrados, um local historicamente afetado por alagamentos, especialmente durante chuvas intensas, que impactavam a fluidez do trânsito na Avenida Borges de Medeiros.
O projeto, que faz parte de uma iniciativa mais ampla de recuperação ambiental, visa transformar a área propensa a alagamentos em um habitat para a fauna local e um berçário para plantas nativas. Além disso, para acomodar as mudanças, parte da ciclovia será desviada temporariamente, permitindo a continuidade do trânsito de bicicletas de forma segura.
Os coordenadores técnicos da intervenção são o biólogo Mario Moscatelli e sua filha, Carolina Moscatelli. Eles têm liderado os esforços de recuperação da Lagoa Rodrigo de Freitas desde a etapa inicial do projeto, realizada próximo ao Parque do Cantagalo, onde mais de 1.500 metros quadrados foram transformados. Essas ações permitiram o retorno do crescimento natural da vegetação da Lagoa, que sofreu com décadas de aterros que reduziram sua área original pela metade, de 4,2 para 2,3 quilômetros quadrados.
Desde os primeiros aterramentos em 1870, a Lagoa viu sua vegetação marginal desaparecer quase por completo, resultando em uma drástica redução da fauna nativa. Agora, a iniciativa visa não apenas desobstruir a ciclovia e reintegrar áreas alagadas ao corpo hídrico, mas também adotar o conceito de “Cidades Esponja”, que utiliza soluções baseadas na natureza para melhorar a resiliência urbana contra alagamentos.
A reintrodução de espécies nativas de flora, como grama de mangue, samambaia do brejo e algodoeiro de praia, tem promovido uma explosão de biodiversidade na região, revitalizando o ecossistema local.
O projeto é idealizado pela Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Rio-Águas.