A população de botos-cinza, um dos maiores símbolos da fauna carioca, diminuiu cerca de 90% nos últimos 35 anos. A espécie, presente na bandeira e no brasão da cidade do Rio de Janeiro, corre o risco de desaparecer por conta do alto nível de poluição nas águas da Baía de Guanabara.
Alguns dos fatores que contribuem para a poluição na Baía e, consequentemente, a iminente extinção dos animais, é o alto índice de material plástico e de esgoto jogado diretamente nas águas.
“A população de botos cinza reduziu 90% nos últimos 35 anos. Em meados da década de 1980, estimava-se que havia 400 desses animais na Baía de Guanabara. Hoje, há menos de 30. Ou seja, houve uma redução muito drástica“, avaliou Alexandre Azevedo, professor de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O caminho para uma recuperação do meio e, naturalmente, para o retorno do boto-cinza, passa pela diminuição da produção e utilização de itens plásticos e também pela adoção de objetos que podem ser usados várias vezes, como canudos, copos e bolsas reutilizáveis.
“Não há solução que não envolva diminuir o consumo e o descarte de plástico. Para que isso, ocorra, a indústria de plástico terá que produzir menos e se reinventar“, afirmou o chefe do Departamento de Engenharia Sanitária e Meio Ambiente da Uerj, Julio Cesar da Silva.
“Além de todo o dano ambiental que provoca, o lixo nos deixa impossibilitados de trabalhar – muitas vezes, por diversos dias, já que as próprias redes que usamos precisam ser limpas“, explicou a presidente da Colônia de Pescadores Z-13, Kátia Janine.
“Passamos por muitas dificuldades devido a toda essa quantidade de lixo que é derramado na Baía de Guanabara. Espero que as pessoas compreendam que jogar lixo no mar é um crime“, disse pescador da Colônia Z-13, Flávio Souza.