A pandemia causada pelo coronavírus submeteu a população ao isolamento social, fato que fez com que os indivíduos alterassem toda a sua rotina, seja de trabalho ou pessoal. Todos precisaram se adaptar para realizar seus trabalhos à distância, via internet ou outros meios de comunicação. E isso ocasionou no agravamento dos distúrbios psicológicos e, por consequência, no aumento da compulsão alimentar.
O que é compulsão alimentar?
É um distúrbio que consiste em episódios recorrentes de ingestão alimentar em grandes quantidades, acompanhadas de um sentimento de perda de controle e culpa. A pessoa come grandes quantidades de alimento em pouco tempo e sente a necessidade de comer, mesmo não estando com isso.
Normalmente, os gatilhos decorrem de fatores psicológicos, como medo ou estresse. Os alimentos mais escolhidos são, principalmente, compostos de carboidratos como, doces e massas, entre outras guloseimas.
Qual a relação entre pandemia e compulsão alimentar?
Os fatores devido ao medo de adoecer e perder entes queridos, e outros podem alterar os estados mentais levando, por exemplo, a ansiedade que pode funcionar como gatilho para episódios compulsivos.
Dessa forma, as pessoas que vivenciaram a pandemia tiveram maior propensão a desenvolver transtornos alimentares mais graves, devido à situação de alarme que se instalou devido ao medo da atual condição, o que pode ser extremamente maléfico para saúde física e mental.
A compulsão alimentar pode desencadear outras doenças?
Sim! Esse transtorno está diretamente relacionado ao peso, portanto pode gerar consequências, como:
- Obesidade
- Doenças cardíacas
- Diabetes tipo 2
- Dificuldades respiratórias
- Transtornos emocionais
- Transtornos alimentares
Quais as causas da compulsão alimentar?
Existem diversas causas para a compulsão, de fatores físicos ou mentais. Esses fatores podem ser um sinal de desequilíbrio hormonal, uma dieta inadequada, altos níveis de estresse ou falta de sono ou atividade física, humor, distúrbios alimentares e o que nós estamos tratando nesse texto: o fator pandemia que, de certa forma, acaba unindo muitas dessas causas.
Para evitar este problema, você pode:
- Evitar jejuns prolongados;
- Fazer refeições saudáveis a cada 3 ou 4 horas;
- Evitar rodízios e self-services;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Ingerir fibras e proteínas;
- Manter-se hidratado.
A compulsão alimentar tem tratamento?
Sim, especialmente quando identificada logo no início. Idealmente, o tratamento deve ser feito de forma multidisciplinar, tratando o psicológico – causa do problema – junto à questão alimentar, para controlar qualquer tipo de deficiência nutricional e auxiliar em relação à saciedade e alimentação correta.
Se ao ler esse texto, você se identificou com algum dos pontos, ou conhece alguém que se identifica, saiba que é importante buscar ajuda profissional o quanto antes.
Referências:
– Pimentel RFW, Rodrigues LM, Rocha RL, Santana AIC, Figueiredo PCM, Carvalho MLV, et al. Relationship between the COVID-19 pandemic, binge eating, and mental suffering in health professionals in Brazil: a cross-sectional study. Rev Bras Med Trab.2021
– Muscogiuri, G., Barrea, L., Savastano, S. et al. Nutritional recommendations for CoVID-19 quarantine. Eur J Clin Nutr 2020
– Bhutani S, vanDellen MR, Cooper JA. Longitudinal Weight Gain and Related Risk Behaviors during the COVID-19 Pandemic in Adults in the US. Nutrients. 2021