Em meio à pandemia causada pelo Coronavírus e suas consequências, se discute se teremos ou não carnaval em 2021, ou se a festa vai ser adiada. Outra coisa comentada é que quando esse carnaval chegar não vai ter ninguém parado, distante, pois vai ter tanta alegria adiada, abafada… Vai ser como se tivéssemos dois carnavais de uma vez. Se bem que isso já aconteceu.
Foi em 1912. A festa estava pronta para acontecer, conforme o velho normal, em fevereiro. No entanto, faltando uma semana para os 4 dias de folia, o Barão do Rio Branco, homem influente em todo o país, ministro das Relações Exteriores havia quase uma década, morreu, aos 66 anos, vitima de insuficiência renal.
O falecimento causou uma comoção nacional. “O Brasil caiu em luto. No Rio de Janeiro, a capital da República, uma multidão chorosa fez fila no Palácio do Itamaraty para ver o cadáver de Rio Branco e acompanhou o caixão até o Cemitério do Caju, onde o ministro foi enterrado com honras de chefe de Estado. Dada à comoção generalizada, os clubes do país que organizavam bailes à fantasia, em especial os do Rio, acharam que seria desrespeitoso promover a esbórnia em pleno período de luto. Por isso, decidiram cancelar os bailes em cima da hora e remarcá-los para a semana da Páscoa”, publicou Ricardo Westin, no site Agenda do Poder.
Contudo, quando chegou o sábado de carnaval, muitos foliões decretaram que uma semana de luto estava bom e foram para as ruas. Muitos, inclusive, em meio à festa, enaltecendo a figura do Barão. Outros, fazendo graça com a história toda.
A festa em fevereiro de 1912, como de costume, foi um sucesso de alegria e diversão. Fantasias e confetes para disfarçar as tristezas.
Meses depois, no feriado da Páscoa, em abril, outro carnaval. Mais quatro dias de folia nas ruas, nos clubes e nas casas Rio de Janeiro a dentro.
Mesmo que por um motivo trágico, em 1912, o Rio de Janeiro teve a folia duplicada. Suspeito que quando a vacina contra a Covid-19 sair vai ser parecido.
[…] O mesmo ocorreu em 1912, como já contamos aqui no DIÁRIO DO RIO. Dessa vez, a morte do Barão do Rio Branco, homem popular em todo o país, foi o pretexto para adiarem a festa. A princípio, a população havia aceitado a ideia de ter o carnaval em abril, no feriado da Páscoa. […]
OI Diário Carioca.Gostei do artigo acima.Como faço para compartilhar o artigo?Cr