No próximo dia 18/05, Milton Nascimento se apresenta no Rio de Janeiro com sua turnê que revisita as canções do Clube da Esquina. Eu sou muito fã do Milton e do Clube. Estou mais certo que ele nesse show. Tenho até uma tatuagem com uma frase da primeira música, do primeiro disco, lançado em 1972.
Quero falar aqui, brevemente, da relação do Clube da Esquina com o Rio de Janeiro. Que muita gente não sabe. O Clube é um movimento musical/cultural formado por integrantes, no geral, de Minas Gerais, mas que viveram, criaram e sentiram o Rio.
Quando Milton Nascimento, que já tinha um certo sucesso nacional, saiu do Rio de Janeiro e foi para Minas visitar os amigos, juntou parte do grupo que gravaria o primeiro álbum do clube. Lô Borges e Beto Guedes foram os primeiros a virem.
Lô era um menino, muito jovem e Beto um sujeito com características bem interioranas e ambos ficaram um pouco assustados com a ideia de viver em uma cidade enorme e cosmopolita como o Rio de Janeiro. Contudo, quando chegaram aqui foi tudo bem. Eles brincam que a mãe de Beto pedia para que tivessem cuidado com ele ao atravessar as ruas com carros.
A sede do Clube da Esquina foi em Niterói, mais precisamente na Prainha de Piratininga – eles chamavam de Mar Azul. Foi em uma casa alugada por lá que, em 1971, eles compuseram muitas das músicas do antológico álbum de 1972.
Milton, que costumava elogiar a lua do Rio de Janeiro, contou que para que a música “Para Lennon & McCartney” fosse feita, eles tiveram que trancar a porta da casa na sede fluminense e proibir a saída de quem estava na mesma. Deu certo. Saiu de lá para o mundo.
Após o sucesso do disco, os mineiros viveram tantos grandes momentos no Rio de Janeiro que esquina que inspira o nome dos discos e do movimento, localizada em Minas, bem que poderia ser aqui na capital, ou em Niterói.