Primeiro foram vídeos mostrando a “simples” cobrança de propina, depois o escândalo dos bingos e os milhões do mensalão. Aí vieram os dólares na cueca, o “valerioduto”, os “aloprados” e os graves desvios éticos derrubando sucessivos ministros da Casa Civil. Por fim, os bilhões do petrolão comprovaram a escalada da corrupção petista em simbólicos 13 anos no poder e a Operação Lava Jato exibiu as entranhas de uma sofisticada máquina de roubar que tomou de assalto a República apoiada na distribuição de migalhas e no convencimento da população de que o crédito era infinito e que a conta nunca chegaria.
À corrupção se somaram a incompetência, as ideias obsoletas e a política externa ideologizada. A destruição das bases econômicas nacionais, a desindustrialização profunda e o descontrole das finanças públicas agora cobram a fatura. Todos aqueles que o PT propagandeou ter tirado da pobreza, empobreceram novamente e agora estão endividados. Todas as reformas feitas no passado que poderiam gerar dividendos futuros foram desmontadas. Todo o cenário internacional positivo da década de 2000 foi jogado na lata do lixo.
O PT conseguiu, portanto, uma proeza: Uma gestão que é corrupta, desqualificada, incompetente e pouco habilidosa politicamente. Tudo ao mesmo tempo. Foi assim que o Brasil se viu envolto em uma crise que é moral, política, social e econômica, a crise das crises, pretensamente gerida por um governo que não tem condições de apresentar soluções e que continua pilhando o erário como se não houvesse amanhã.
As investigações e as delações premiadas fizeram a Operação Lava Jato chegar mais longe do que as anteriores. Os que já estavam de olhos abertos há muito tempo finalmente viram as instituições encontrarem as provas daquilo que já suspeitavam. Os que estavam de olhos fechados abriram um olho de cada vez e agora enxergam a luz. Bem, alguns seguem de olhos fechados, mas com os bolsos bem abertos. Chegamos aos empreiteiros, chegamos à cúpula do PT pela segunda vez após o mensalão e, dessa vez, chegamos a Lula.
Na verdade chegamos a um ponto inacreditável, onde Lula diz não ser dele um sítio que sempre utiliza e cujos pedalinhos do lago foram comprados por seu segurança pessoal e têm os nomes dos seus netos. Chegamos ao ponto onde a esposa de Lula diz que não esteve onde as imagens mostram que ela esteve e onde empresas construiriam elevadores privativos e torres de telefonia celular por ordem do acaso. Chegamos ao ponto onde o PT diz na televisão que aqueles que criticam a corrupção avassaladora são na verdade pessimistas que torcem contra o Brasil e que aqueles que batem panela são da elite, como se no Brasil de hoje existisse tanta elite para tanta panela batida.
Agora, com a delação de Delcídio, chegamos a Dilma. Chegamos mais fundo ainda nas profundezas do projeto de poder e enriquecimento de Lula e seus companheiros, que fizeram muito pior do que os não menos criticáveis desvios que eles denunciavam no passado. Chegamos a nomeações ao STJ e ao STF com segundas intenções. Chegamos ao dinheiro suado do povo brasileiro financiando políticos da pior espécie no exterior e a esses contratando empresas que, em troca, financiavam Lula e o PT em um círculo literalmente vicioso. As tenebrosas transações denunciadas no passado por Chico Buarque agora são quase anedotas perto das negociatas atuais do grupo político que ele mesmo aplaude em verso e prosa.
Enfim, as informações chegaram à opinião pública e a todos os brasileiros. Não deu mais para esconder. Há muito tempo chegamos ao inaceitável. Agora chegamos ao insuportável. Dessa vez, chegou a hora do fim do PT.