Eram esperadas numerosas manifestações populares no Rio de Janeiro neste último dia 7 de setembro, feriado da Independência brasileira. Contudo, essa expectativa não se concretizou. Por que?
Só nos é possível especular, porém, parece sedimentado o entendimento de que a radicalização dos protestos afastou a população das ruas. A grande maioria daqueles que estiveram nas mobilizações de junho acreditam que a violência e o quebra-quebra não resolvem nada. Ao contrário, geram mais prejuízos e criam riscos.
Os chamados black blocs criticam a grande imprensa, o capitalismo e coisas do gênero. Dizem que estes desmobilizaram a massa. Mas parece que a verdade é que a pauta anárquica não é e não será majoritária. Essa ideologia não agrega e sim isola. A maioria quer mudanças e reformas mas não revolução. Aos que queriam usar a massa em prol de suas bandeiras a população respondeu ficando em casa.
Os cariocas em geral não desejam depredar patrimônio público e privado, enfrentar a polícia ou derrubar o governo. Vandalizar o Paço Imperial ou quebrar o acesso para cadeirantes de uma estação de metrô não traz avanços. O volume de pessoas de antes chamava muito mais a atenção do que os confrontos de agora.
Enquanto culpam um suposto sistema, os anarquistas não percebem que estão justificando a repressão e esvaziando as ruas. Os governantes que eles criticam agradecem.