O Pan 2007 e o Rio 2016

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Parque Aquático Maria Lenk Eu me lembro quando comecei o blog que havia aqueles críticos ao Pan do Rio dizendo que não daria certo, que nossa cidade não comportaria e um monte de baboseiras. Então foi chegando julho, e a certeza de que o Pan do Rio foi aumentando. Foi aumentando tanto que de Pan do Rio em segundos virou Pan do Brasil, como se não fôssemos nós os cariocas responsáveis pelo sucesso da empreitada.

 

Agora, pela primeira vez na história, uma cidade da América do Sul tem chances reais de ser a escolhida para sediar os jogos olímpicos. E por que? Por causa do sucesso que foi o Pan do Rio! Pode ser que não sejamos a sede, acontece. Mas dessa vez mostramos que podemos e que levamos a sério.

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Vou tentar trazer algumas matérias da época do Pan para celebrar nossa aproximação do dia final da votação para 2016. Fica aqui a coluna do Ruy Castro em agosto de 2007.

 

Gelol no cotovelo

RIO DE JANEIRO – Pode não parecer, mas o brasileiro é muito rigoroso consigo mesmo. Exigimos de nós uma perfeição com a qual outros povos, menos críticos, nem sonham. Veja o Pan do Rio.

Antes de começar, teve seu fracasso decretado por todo mundo. Haveria um apagão no trânsito, as novas instalações não funcionariam, o Alemão iria descer. Mas o trânsito fluiu bem, os estádios deram um show e o Alemão, que coisa, ficou quieto no seu canto.

 

Daí começou-se a bater na desimportância do Pan. Ela podia ser medida pelo fato de que a imprensa americana não lhe estava dando bola. Mas e daí? Os americanos são assim mesmo, de um provincianismo ridículo. Tiveram a honra de sediar uma Copa do Mundo de futebol em 1994 e, nas duas primeiras semanas, seus jornais também a ignoraram, em nome dos campeonatinhos locais de rúgbi e beisebol.

 

No quesito inutilidade, passou-se então ao fato de que os recordes do Pan, quando comparados aos olímpicos, eram ilusórios. Bem, isso é realmente um problema. Os recordes dos Jogos Asiáticos -que, como se sabe, não contam com a presença dos atletas americanos e cubanos- também não se comparam aos olímpicos. Incrível como os tigres perdem seu tempo realizando-os.

 

Foi igualmente dito que o Pan era uma mentira porque potências como EUA e Canadá tinham mandado seus segundos times. Nesse caso, vamos acabar com esse inútil Brasileirão de futebol, já que nossos melhores jogadores (e os piores, também) atuam na Itália, na Espanha ou na Mongólia.

 

Por fim, falou-se no custo do Pan, muito superior ao previsto. É algo que, de fato, precisa ser bem apurado. A diferença é que o dinheiro foi gasto, mas o produto existiu. E o cartola mexicano, nada exigente, o chamou de o melhor Pan da história. O resto é Gelol no cotovelo.

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