O PSOL, um partido que traz em seu nome o paradoxo de unir socialismo e liberdade, foi fundado em 2004 por dissidentes do PT. Eles se rebelaram contra o fato de o governo do petista Lula ter patrocinado a aprovação de uma reforma da previdência. Hoje, como sabemos, o mesmo PT diz que novas reformas nas regras da previdência seriam um ataque aos trabalhadores.
Nos últimos meses o PSOL tem colocado de pé a candidatura a presidente de Guilherme Boulos, lulista assumido. Muitos militantes históricos do partido manifestaram contrariedade, afinal, o PSOL estaria se entregando de forma indireta para Lula, justamente aquele com o qual discordaram no passado a ponto de romperem com o PT.
Hoje, 2/4, na Lapa, mais especificamente no Circo Voador, estarão juntos, no palanque, Lula, Boulos, Marcelo Freixo, entre outros. Anunciam que estarão reunidos para lutar contra aquilo que eles acreditam ser o crescimento do fascismo no Brasil. A prova seria o assassinato de Marielle Franco que, embora totalmente condenável, injustificável e extremamente triste, não teve ainda os culpados e os motivos esclarecidos, o que deve ocorrer o mais rápido possível, pelo bem do Estado Democrático de Direito.
Me chama a atenção que Freixo e o PSOL queiram combater o fascismo mas pareçam não se incomodar com a corrupção. Lula já foi condenado em duas instâncias. Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT que convida todos para o ato na Lapa, é ré no Supremo Tribunal Federal por corrupção. Me pergunto se o PSOL, que afirma defender a pureza na política, crê na idoneidade do PT.
Eu discordo do PSOL em diversos pontos, mas até aqui tenho respeitado o partido e o seu direito de opinar sobre os temas da sociedade. Meu respeito diminuirá na medida em que o psolismo se transformar no NeoLulismo.
