Leio os jornais e fico surpreso com a notícia de que o Diretório paulista do Partido dos Trabalhadores divulgou, em seu site oficial, um ato de apoio ao ex-Tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, que está preso por ter recebido propinas de empreiteiras e foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Segundo os petistas paulistas, João Vaccari seria um “preso político” e defender o ex-funcionário do PT representaria, na verdade, defender “o legado do PT e da esquerda”. Sob essa justificativa, os “amigos do Vaccari” realizaram uma comemoração dos 57 anos de idade do “companheiro” na última sexta-feira.
Seria cômico se não fosse trágico. Como pode um partido político se propor a representar os anseios da sociedade e, ao mesmo tempo, aplaudir indivíduos que, se escondendo atrás de uma suposta causa, enriqueceram às custas da população, enganaram eleitores e cometeram ilegalidades flagrantes?
Enquanto o PT homenageia Vaccaris, Dirceus, Delúbios e Genoinos, ele também perde o seu rumo – se é que um dia o teve – e se lamenta por ver sua popularidade e sua credibilidade despencarem, como não poderia deixar de ser para aqueles que, de forma risível, tentam convencer que seus imorais são na verdade “presos políticos”.
A homenagem a Vaccari expressa bem o que o PT se tornou ou quem sabe aquilo que sempre foi. Contudo, em uma coisa devemos concordar com os que aplaudem corruptos: a defesa das “tenebrosas transações” – como diria o esquerdista Chico Buarque – e a tentativa de explicação do inexplicável têm sido de fato o legado deixado pelo PT e pela esquerda no governo brasileiro.
Pelo visto, os petistas desejam assinar compromisso com a roubalheira, transformar em hábito o aplauso do erro e defender esse legado nocivo com unhas e dentes bem cuidados nos melhores estabelecimentos de São Paulo.