No início da noite de quinta, eu ainda trabalhava nas imediações da Cinelândia, quando escutei um grupo cantando músicas de apoio ao PT e ao ex-presidente Lula. As pessoas vinham de uma manifestação a favor do governo. Nesse momento, eu comecei a me perguntar: Por que alguém ainda defende o PT, Lula e Dilma? Como pode, depois de tantas provas e de tantos fatos notórios, alguém ainda acreditar que esse grupo, que roubou e quebrou o país, é digno de defesa?
A princípio me veio à cabeça a ideia de que seriam simplesmente pessoas pagas para defender o governo, indivíduos que precisam de dinheiro para se sustentar e que aceitaram se manifestar em prol de Dilma e de Lula por alguns trocados. Ou talvez fossem pessoas que têm interesse na continuidade do governo, ou seja, que se beneficiam pessoal e diretamente das práticas nocivas do PT. Gente como aqueles que estão governando hoje, portanto.
Mas e aqueles que não foram pagos e que não se beneficiam das práticas do governo, mas mesmo assim o defendem? Imagino que alguns destes estivessem no grupo que gritava palavras de ordem em defesa de Lula.
Pensei então que pudessem ser ingênuos, desinformados ou até fanáticos, mas lembrei de algumas pessoas que conheço, muito inteligentes, aparentemente honestas e que não devem nada ao governo, nem ao PT, mas que mesmo assim chamam impeachment de golpe, aplaudem Dilma e outras baboseiras. O que motivaria essas pessoas depois que áudios comprovaram a má fé de Dilma, que documentos provaram a corrupção de Lula, que delações explicitaram a sujeira do PT?
Foi aí que entendi que para elas nada disso importa. Pode roubar, pode ser incompetente, pode quebrar o país, pode fazer o que for, contanto que o discurso, mesmo que hipócrita, inaplicável e retrógrado, lhes agrade aos ouvidos.
Dizer ser democrático e defender uma ideologia que, quando chega ao poder pleno, oprime. Dizer ser plural e pregar valores que, quando surge oportunidade, discriminam. Dizer ser amigo dos pobres e, na primeira oportunidade, formar uma nova elite. É isso que eles querem ver e ouvir. É a natureza torta deles.
Incoerência, desonestidade intelectual e até mesmo mentira pura e simples não chocam. Ao contrário, são vistas como parte da chamada luta política, são ensinadas, são valorizadas, são incorporadas. Vale tudo, portanto. Tudo é relativo, não existe moral e as leis são meros instrumentos burgueses para aqueles cuja educação foi paga, nas melhores escolas, pelos avós que faziam parte da burguesia.
Em muitos países da América Latina, o torcedor adora quando seu time ganha com um gol roubado ou com um erro da arbitragem. Dizem que o choro dos adversários é livre e se regozijam da vantagem indevida. Talvez por isso o populismo seja tão forte por aqui.
Enfim, continuo sem concordar com eles mas agora os entendi melhor. Termino a noite comemorando, pois vejo que estes são cada vez menos. Mas com uma ponta de tristeza, pois sei que eles estão agora tomando chope no boteco enquanto os humildes de verdade estão pensando em como pagar as contas que vencem agora no início de abril pois estão desempregados.