O terrível massacre ocorrido em Las Vegas mostra o nocivo poder de uma arma de alta capacidade de destruição.
Fazendo uma comparação com nossa triste realidade carioca, o caso chama a atenção para mais um dos enormes riscos da circulação perigosa e descontrolada de fuzis e armas semelhantes no Rio.
Recentemente, por exemplo, criminosos metralharam o McDonald’s de Bonsucesso por não terem recebido lanches de graça. Uma banalização total da vida, que faz com que muitos puxem o gatilho de forma totalmente inconsequente.
A polícia do Rio apreendeu 300 fuzis só em 2017. É um absurdo completo, um número de guerra. Ao mesmo tempo, para enfrentar o enorme poder bélico do tráfico, nossa polícia também anda com fuzis, alarmando cidadãos e turistas.
A pena para o porte ilegal de fuzil e outras armas de alta letalidade precisa urgentemente ser alterada. Ela deve ser mais rígida e com cumprimento garantido. E a proteção das fronteiras brasileiras é urgente para frear a entrada de armas contrabandeadas, que chegam hoje facilmente ao Rio de Janeiro.
Enquanto isso não ocorre, os cariocas vivem como previam – com desanimadora precisão – os Paralamas do Sucesso em ‘O Calibre’:
“Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo. Sem saber o calibre do perigo. Eu não sei d’aonde vem o tiro.
Por que caminhos você vai e volta? Aonde você nunca vai? Em que esquinas você nunca para? A que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo? Quantos amigos você já perdeu? Entrincheirado, vivendo em segredo. E ainda diz que não é problema seu.
E a vida já não é mais vida. No caos ninguém é cidadão. As promessas foram esquecidas.
Não há estado, não há mais nação“.