OAB critica fim da central de digitalização de processos físicos no TJ do Rio, em meio a pilhas de ações sem solução

Ordem dos Advogados do Rio relata que alguns advogados já foram intimados até mesmo para digitalizar processos por meios próprios, após longa espera pelo serviço no TJ, onde pilhas e pilhas de processos aguardam a digitalização

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Amanda Raiter

A Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Rio de Janeiro (OABRJ), anunciou que vai cobrar ao Tribunal de Justiça (TJRJ) para que se reverta a decisão determinando a desmobilização da Central de Digitalização de processos, conforme foi publicada pelo órgão no Aviso Conjunto TJ / CGJ.

O presidente da Comissão de Prerrogativas, Marcello Augusto Lima de Oliveira, mostrou indignação com o TJ quanto ao processo de digitalização e afirma que o Tribunal prometeu concluir o processo de digitalização até dezembro, frisando que ainda está longe de ser cumprida a promessa. “Ainda há um volume enorme de processos a digitalizar e o Tribunal simplesmente anunciou a desativação da central de digitalização. Há processos parados há meses, às vezes, um ano, apenas aguardando essa providência”, alerta. Muitos advogados têm também mencionado que a situação de extrema lerdeza processual foi agravada pelo chamado ”trabalho” remoto dos servidores da justiça.

Nas redes sociais, a Comissão liderada por Marcello revela ter fotos e mais fotos de pilhas de processos ainda não-digitalizados e ainda ressalta que alguns advogados já foram “intimados para promover a digitalização por meios próprios, mesmo após longa espera para a digitalização do processo na central”.

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A Comissão ainda declara que com a inativação da central de digitalização, ainda não se tem ciência como será a digitalização dos processos remanescentes e ressalta que buscará providências junto ao TJ para que a virtualização dos processos ocorra de maneira célere e condizente com a responsabilidade do judiciário. “Acabar com a central de digitalização é uma medida irrazoável, pois a estrutura paralisou inúmeros processos sem cumprir a finalidade de torná-los virtuais e, ao que parece, passará a responsabilidade de digitalização para a advocacia”, diz em uma nota publicada no perfil de Prerrogativas.

Procurado, o TJRJ não retornou para informar sobre a situação dos processos que não foram digitalizados, e nem sobre a falta de planos para que a ação não seja abandonada, deixando milhares de partes em processos que acabam arrastando-se por décadas.

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Formada em Comunicação Social desde 2004, com bacharelado em jornalismo, tem extensão de Jornalismo e Políticas Públicas pela UFRJ. É apaixonada por política e economia, coleciona experiências que vão desde jornais populares às editorias de mercado. Além de gastar sola de sapato também com muita carioquice.
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1 COMENTÁRIO

  1. Boa reportagem,Amanda! O tema digitalização de processo parece um poço sem fundo.
    Como sua colega de faculdade e admiradora do seu trabalho, te parabenizo pelas pautas relevantes e necessárias tão bem descritas! Sucesso!

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