Objetos serão guardados em cápsula que só será aberta daqui a 50 anos, no Rio de Janeiro

Entre os mais de 100 itens estão cartas de autoridades, jornais, documentos, vídeos, fragmentos de revestimentos do Paço de São Cristóvão, um kit covid (composto por máscara, teste PCR – swab e dois frascos da vacina produzida pela Fiocruz), entre outros objetos e lembranças

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Foto: Felipe Cohen (MN/UFRJ)

Em frente ao Paço de São Cristóvão, na sede do Museu Nacional/UFRJ (MN), na última sexta-feira, 25/11, foi selada uma cápsula do tempo. Produzida pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), parceiro do MN na iniciativa, a cápsula, que tem cerca de 55 cm, é feita de aço inox e revestida de polipropileno. Ela será enterrada em um espaço com aproximadamente um metro de profundidade. Entre os mais de 100 itens reunidos pelo Museu Nacional/UFRJ e seus parceiros, estão cartas de autoridades, jornais, documentos, vídeos, fragmentos de revestimentos do Paço de São Cristóvão, desenhos de alunos de escolas públicas, um dente de uma baleia-cachalote – cujo esqueleto, de 15,5 metros, foi exposto na Cidade das Artes –, um kit covid (composto por máscara, teste PCR – swab e dois frascos da vacina produzida pela Fiocruz), entre outros objetos e lembranças. Estudantes do Colégio Pedro II e filhos de servidores do MN participaram. A abertura da cápsula está prevista para 2072.

“O momento não poderia ser mais propício para montarmos uma cápsula do tempo. O ano de 2022 é extremamente marcante, não só por celebrarmos o Bicentenário da Independência do Brasil, como também pelo marco nas obras de reforma e recuperação do Palácio de São Cristóvão, com a entrega da fachada. Nos últimos meses, reunimos uma série de peças e materiais de interesse social, cultural e científico que, certamente, vão gerar muita curiosidade daqui a 50 anos”, explica Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ. “É um evento do bem, pensando não apenas no passado, mas sobretudo no futuro, o que é simbolizado pela ampla participação de crianças que poderão vivenciar a abertura da cápsula.”

De acordo com Patrícia Braga do Desterro, chefe da Seção de Assistência ao Ensino do MN, a produção de uma cápsula do tempo tem o compromisso de registrar as memórias dos nossos dias para os que ainda virão. “Registramos, por meio de objetos, desenhos, imagens, as memórias de um tempo, um tempo marcado por acontecimentos. Um tempo sobretudo marcado pela esperança de reconstrução do país e do nosso Museu. Falar sobre o tempo com as crianças e de suas expectativas para o futuro é muito importante, não podemos deixar de ouvi-las e temos que possibilitar que exerçam sua cidadania e se coloquem, registrando seus sonhos, desejos, críticas com relação ao mundo em que vivem e ao que esperam construir e encontrar no futuro”, comenta.

À frente da Direção do INT, Iêda Maria Vieira Caminha destaca a parceria na construção da cápsula do tempo: “Desde 1972, fomos parceiros do Museu Nacional/UFRJ, projetando e construindo a primeira cápsula do tempo. Agora, estamos novamente juntos no projeto da nova cápsula do tempo, envolvendo a competência das áreas de materiais e de corrosão do INT. Reunidos na celebração do Bicentenário da Independência, reforçamos o caráter de Estado dessas duas instituições parceiras de longa data e reconhecidas por sua relevante contribuição à ciência e à tecnologia e que estão hoje projetando o futuro para as próximas gerações”.

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Criadas para armazenar objetos e informações que retratam uma determinada época, as cápsulas do tempo apresentam elementos que permitem o conhecimento sobre hábitos e valores de uma sociedade. Especialmente preparadas para que o conteúdo seja preservado, elas incluem objetos, moedas, documentos, cartas e lembranças pessoais das pessoas envolvidas em sua produção. O nome cápsula do tempo foi usado pela primeira vez em 1938, em Westinghouse, Nova Iorque.

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