Uma obra realizada pela Rede Accor de Hotéis no antigo Caesar Park (e ultimamente, Sofitel), na Av. Vieira Souto, estaria causando muitos transtornos a um vizinho, cujo imóvel viria sofrendo com diversos vazamentos desde o início da reforma no luxuoso hotel. A obra objeto do ‘perrengue chique’ é conduzida pela Construtora Fonseca e Mercadante. Segundo a denúncia recebida pelo DIÁRIO DO RIO, a sequência de problemas teria tido início no ano passado, pouco antes da pandemia de Covid-19, e permaneceria até os dias de hoje.
O primeiro grande problema teria ocorrido quando os moradores do imóvel foram surpreendidos com água saindo pelas tomadas e instalações elétricas. Como as paredes são contíguas, ou seja, grudadas ao Hotel, eles ligaram o ocorrido à grande obra e entraram em contato. O vazamento parou, mas as marcas teriam ficado nas paredes, e não teriam sido reparadas. Segundo a denúncia, após esse transtorno, sempre que chove, voltariam a ocorrer vazamentos nas paredes.
Antes disso, já teriam, segundo o vizinho, ocorrido alguns problemas menores. Muitas vezes caía reboco no jardim do imóvel, e os materiais desprendidos das paredes do hotel causavam danos. Tudo isto além do barulho constante, como logicamente ocorre em qualquer obra deste porte.
Outra questão é que quem vive no imóvel é um idoso. Devido a problemas de saúde, uma das recomendações médicas é que ele evite ao máximo sair de casa, até mesmo por causa da pandemia. No entanto, a situação se agravou a ponto de ser necessário que ele deixasse o imóvel, pois os vazamentos seriam muitos e vindo de diversos focos.
Para ser possível voltar para casa, foram instalados umidificadores em toda uma parede: um custo alto, porém necessário para que os moradores pudessem morar na casa. Segundo a eles, em dias de chuva, o umidificador encheria diversas vezes por dia, o que demonstraria que os vazamentos e a umidade continuariam da mesma forma.
Após essa série de acontecimentos, os moradores do imóvel decidiram entrar com uma ação judicial. Segundo o advogado Luiz Eduardo D’Avila Duarte Junior, responsável pelo processo, uma liminar que pedia que a obra fosse interrompida foi negada em primeira instância. Ele explicou também que ainda há um recurso pendente de julgamento, e o processo tramita na 19a. Vara Cível da Capital.
O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a rede de hoteleira, que respondeu com a seguinte nota:
“A AccorInvest esclarece que a Construtora Fonseca e Mercadante, responsável pelas obras do hotel, fez uma vistoria técnica na casa apontada e foi constatado que os danos que o imóvel apresenta não têm relação com a obra.
A empresa esclarece também que a construtora realiza com frequência reuniões e plenárias com os moradores do entorno para prestar atendimento quando necessário”.