Obras centenárias do Rio de Janeiro passam por análises através de técnicas atômicas e nucleares

As técnicas não demandam a retirada de amostras das peças e, portanto, permitem a identificação e análise físico-química das obras sem danificá-las

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Foto: Daniel Martins/Diário do Rio

O projeto do Inventário dos Bens Culturais da ArqRio vem realizando uma série de análises de objetos do patrimônio cultural arquidiocesano. As técnicas não demandam a retirada de amostras das peças e, portanto, permitem a identificação e análise físico-química das obras sem danificá-las. O processo acontece sob a realização do Ministério da Cultura, em parceria com a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e apoio do BNDES e Instituto Cultural Vale, com execução do Laboratório de Instrumentação Nuclear – LIN/COPPE/UFRJ.

Atualmente, há uma crescente demanda por este tipo de estudo em peças pertencentes a museus, igrejas e colecionadores particulares e neste contexto, a investigação empregando raios X pode ser de grande utilidade para tratamentos de conservação, restauro e caracterização da originalidade de uma obra de arte. Todo o processo é um trabalho interdisciplinar que envolve as áreas de física, química, artes e história, entre outros”, afirma o professor Davi Ferreira de Oliveira, do Laboratório de Instrumentação Nuclear – LIN/COPPE/UFRJ.

Diferentes resultados podem ser revelados pelas diferentes técnicas, como a composição de materiais, pigmentos utilizados na policromia, presença de intervenções anteriores e de possíveis danos à estrutura interna das peças. A técnica de fluorescência de raios X fornece informações importantes sobre a composição química de pigmentos utilizados. Estas informações possibilitam caracterizar se o pigmento é original ou se é devido a uma intervenção mais recente. Com isto, é possível rastrear uma ou mais épocas de restauro, e contribuir para a manutenção do nível de originalidade do objeto, uma vez que é rotineiro não haver registros ou arquivos de uma obra, por exemplo em igrejas, que incluam um histórico técnico.

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Para o Cardeal dom Orani João Tempesta, “iniciativas como essa em questão devolvem à população carioca e às comunidades arquidiocesanas mais uma possibilidade de registro de sua própria memória e herança cultural”.

Com as técnicas de radiografia e tomografia computadorizada, por exemplo, é possível estudar a estrutura interna das obras, desde o suporte até a camada pictórica. É possível determinar características da policromia original, das camadas de preparação e pictórica, modificações estruturais, detectar fissuras e fendas no material e galerias escavadas por insetos. De um modo geral a técnica permite o registro em imagens do estado de conservação da obra, assim como da técnica de manufatura empregada.

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