OCDE destaca potencial do Rio de Janeiro na Economia Azul e estima PIB global do mar em U$ 3 trilhões até 2030

Estudo da OCDE aponta o Rio de Janeiro como um polo emergente da Economia Azul na América Latina

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Baía de Guanabara vista do Parque das Ruínas - Rio de Janeiro - Foto: Alexandre Macieira|Riotur

Um estudo recente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) posiciona o Rio de Janeiro como um dos principais candidatos a polo de Economia Azul na América Latina. A prévia do estudo, divulgada no Green Rio 2024, evento de sustentabilidade realizado na Marina da Glória, destaca a capacidade do estado de impulsionar uma economia sustentável baseada no uso responsável dos recursos aquáticos e marítimos.

A subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do Rio, Ana Asti, já havia antecipado o tema durante o Fórum Massy Comexlog, realizado no início de outubro no Píer Mauá. Ela explicou que a Economia Azul busca o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, promovendo o bem-estar social e a criação de empregos. Durante o evento, a OCDE confirmou o Rio de Janeiro como um dos polos emergentes dessa economia para o Brasil e a América Latina.

Programa Guanabara Azul: estratégia para a economia costeira

Entre os avanços mencionados pelo relatório estão as ações de despoluição da Baía de Guanabara e o Programa Guanabara Azul, voltado para o fortalecimento das atividades econômicas costeiras. A iniciativa busca mobilizar parcerias entre municípios para captar investimentos e desenvolver projetos voltados à inovação tecnológica e ao fortalecimento das atividades econômicas na região metropolitana do Rio.

O diretor-presidente da Massy, Bruno Barbeito, destacou a relevância estratégica do estado: “O Rio de Janeiro possui potenciais inesgotáveis em termos de sua costa marítima, com uma robusta malha portuária e posição estratégica para o comércio exterior. A utilização inteligente e responsável desses recursos é essencial para tornar o estado referência nacional e internacional na economia dos oceanos.”

Segundo a OCDE, a economia do mar já representa 9,74% do PIB do Rio de Janeiro, gerando cerca de R$ 242,1 bilhões anuais. Em 2021, o setor empregava 301.122 trabalhadores com carteira assinada e representava 15,15% das atividades produtivas ligadas ao mar.

Perspectivas e impacto global

O estudo da OCDE projeta um crescimento substancial para a economia marítima mundial, que pode atingir U$ 3 trilhões até 2030, impulsionado pelo comércio, indústrias e serviços aderentes às práticas sustentáveis. No Rio de Janeiro, onde cerca de 80% da população vive em áreas litorâneas, os impactos socioambientais dessas iniciativas são promissores.

A Economia Azul também estará em destaque durante o G20, que será realizado no Rio de Janeiro em novembro, com discussões voltadas para a preservação e restauração dos oceanos.

Próximos passos e políticas públicas

O governo do Rio de Janeiro planeja implementar a Política Pública de Economia Azul, que englobará ações de mapeamento de indicadores sociais e econômicos, gestão integrada das águas e criação de um fundo para a preservação de ecossistemas aquáticos. A iniciativa ainda incluirá programas de educação para promover a cultura oceânica, visando o desenvolvimento sustentável e inclusivo.

O estudo completo da OCDE será publicado às vésperas da cúpula do G20, trazendo novas diretrizes para o fortalecimento da Economia Azul no Rio de Janeiro e no Brasil.

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