Muitos moradores de Jacarepaguá e da Baixada Fluminense têm histórias para contar sobre o ônibus Caxias-Freguesia, linha 561. Para muita gente, o “Verdão” é o trem-bala que o Rio de Janeiro nunca teve. Rapidamente (com trocadilho), virou lenda urbana. E, como toda lenda urbana que se preza, causa certo medo.
Quintino Gomes Freire, editor chefe do DIÁRIO DO RIO e morador do bairro da Freguesia, é um desses que teme. Ele sempre comenta que tem medo, de carro ou a pé, quando vê um Caxias se aproximando. Diversas pessoas têm motivos para amarelar diante do Verdão.
“Fui atropelado por ele três vezes. Praticamente no mesmo lugar, na Estrada dos Três Rios, mas nada grave. Só que quando tenho que pegar ele, eu fico com receio. Mas eu sei que dentro dele estou seguro, o perigo é fora [sorri]”, lembra o senhor Edson, de 40 anos, morador de Jacarepaguá desde criança.
“Já arrancou retrovisor meu e viajando nele, eu já cai dentro do ônibus, depois de uma freada. Quando tem acidente em Jacarepaguá, a gente já associa logo ao Caxias” fala Vera, moradora do bairro há décadas.
Vera contou, ainda, que uma vez ela viu o Caxias-Freguesia empurrar um táxi que estava quebrado na pista e, consequentemente, atrapalhando o trânsito por isso. “Saiu levando com tudo”.
No divertido perfil da Desciclopédia sobre o ônibus, dizem que Jason, do filme Sexta-Feira 13, é motorista da linha e que Freddy Krueger é cobrador. A página faz referências à linha como “terror sobre rodas”, “rolo compressor”, participante de Velozes e Furiosos, entre muitas outras.
O apelido “Verdão” se dá por conta da cor dos ônibus da linha. Contudo, a soma da coloração com os relatos sobre a velocidade do Caxias-Freguesia nas ruas resultam em outra alcunha: “Diabo Verde”.
“Sem alternativa, a coordenadora de marketing Patrícia Mendonça pega, todo dia, a linha 561, que faz o itinerário Freguesia-Caxias e é conhecida como Diabo verde: referência à cor da lataria e a experiências infernais de usuários que seguram firme para não derrapar na curva. O trajeto é uma “péssima aventura”, diz Patrícia. Mas a viagem fica ainda mais estressante quando é ignorada no ponto”, informa o trecho de uma matéria do Jornal Extra, que se referia às avaliações negativas de linhas de ônibus no Rio de Janeiro.
A velocidade com a qual o Caxias-Freguesia voa pelas ruas do Rio de Janeiro, de fato, é o principal assunto citado quando alguém pergunta sobre essa linha. De acordo com o aplicativo Moovit, o 561 tem 85 paradas e a duração da viagem é de aproximadamente 71 minutos. Mas há controvérsias. Quanto ao tempo e às paradas.
“Eu já fiz todo o percurso, do Pau Ferro, na Freguesia, até o Shopping de Duque de Caxias em meia hora”, disse Ana Maria, que mora em Jacarepaguá e trabalha na Baixada.
Ana Maria afirma, ainda, que entre os passageiros frequentes do Caxias-Freguesia rolam umas piadas internas de que o ônibus aumenta a religiosidade das pessoas. Pois quando a viagem está veloz demais, todos recorrem à fé para estacionar a preocupação.
Segundo o site Distância entre Cidades, são 44.2 km de Caxias para Freguesia. Porém, de acordo com o imaginário popular, essa quilometragem se encurta de Caxias-Freguesia.
“Ele vai rápido por não parar em todos os pontos que tem que parar. Sorte de quem pega. Quem não pega tem que esperar o próximo, que vem rapidinho”, conta Guilherme Cordeiro, assíduo usuário do transporte.
Entre as tantas pequenas lendas urbanas envolvendo a grane lenda urbana Caxias-Freguesia, existe uma que diz que os motoristas da linha recebiam bonificações para pisar mais fundo.
“O 561 tem essa fama porque a gente acelerava para o pessoal chegar logo no seu destino. O percurso é longo, aí quando motorista pega pista livre, quer chutar o pedal, mas sempre com responsabilidade e respeitando as leis e as vidas “, pontuou Jorge, ex-piloto do Caxias-Freguesia.
Para quem estiver interessado em dar uma volta nesse ônibus-lenda, o site Moovit informa que a linha 561 começa a operar às 03:40 e termina às 23:40. Todos os dias. Boa viagem.
Eu trabalho em Curicica a 13 anos e quando eu viajava no 561 saindo de Caxias as 4:30 pra desembarcar no mercadão de Jacarepaguá as 5:00 da manhã, os brabos voavam, era muita loucura.
Certa vez eu peguei o Caxias-Freguesia em Madureira, de noite. Eram + de 22 horas. Ele fez o percurso até a Taquara em 6 minutos. SEIS MINUTOS. E ainda pegou um passageiro e parou num sinal na Praça Seca. Hoje em dia, de carro, no mesmo horário e no mesmo percurso, eu não consigo fazer o percurso no mesmo tempo.
Outra: Estava eu no Caxias-Freguesia (eu não aprendo mesmo), quando o motorista abalroa um táxi. Isto ocorreu em Madureira, quase Vaz Lobo. Ele quase acerta a porta traseira esquerda, onde, no banco de trás, está uma garotinha. O pai da menina, no banco da frente ao lado do motorista, desce com um revólver na mão, para tirar satisfações com o “piloto”. Todo mundo no ônibus sai correndo pra trás, apavorado com a arma. E o cobrador me fala: “Esse motorista só faz m*, ele tá pensando q e quem, o Ayrton Senna?” Mas felizmente tudo se resolveu mais ou menos amigavelmente.
Motorista do Caxias-Freguesia come lixo. Só pode.
Esse motorista é um brincante. Papo furado. Tinha que falar do 639 também. Credincrux.
Otimos comentários, além da brilhante reportagem.
Esse fato comentado do Diabo Verde com um táxi , aconteceu na linha 560 – Caxias -Meier, no ponto em frente ao Norte Shopping, quase esquina da Rua Gandavo.
Um táxi parou no ponto de ônibus para desembarcar passageiro, após desembarcar o motorista do táxi demorou a sair e o motorista do Caxias Meier usava o acelerador como buzina , em dado momento o motorista do taxi, põe a cabeça para fora da janela e disse tá com pressa, passa por cima. Foi a senha que acionou o motorista do Caxias Meier a empurrar o táxi até próximo a Rua Piauí.
A Linha 561 Caxias Freguesia em todo seu trajeto e conhecida pelos usuários e moradores como Diabo Verde e gosta de frequentar ( invadir ) bares, restaurantes, casas, casas de festa mesmo não sendo CONVIDADOS.
Em relação a concorrência, no trecho Freguesia -Madureira, os usuários desse percurso prefere o 561 Caxias Freguesia, pagando 7,60 do que o 766 ‘Freguesia -Madureira pagando 4,05. Os usuários preferem o 561- Vera Cruz – Verdinho de Caxias, Versão ou Diabo Verde do que o Lerdo Redentor – 766 –
Lá pelos indos do início da década de 1990 fazia o trajeto Freguesia Madureira. Tinha duas opções para escolher: o diabo verdade ou o 766. Não importava qual era a escolha, os dois chegavam aí mesmo tempo. Com a diferença que o diabo verde dava a volta na Taquara e seu trânsito, enquanto o 766 cortava direto pelo Tanque.
E esse ex piloto só quis ser simpático né? Pois não existia sinal vermelho. Se a pista estava livre o sinal estava sempre aberto.
Com o tempo vieram os radares de sinal e o diabo verde, com corpo fechado, continuou o mesmo. O que me faz crer que o dono da Santa Cruz manda no Detran.